A cortina caiu, o castelo surgiu, o beat começou. Lady Gaga, então, galopou em um cavalo cenográfico para se “libertar” e iniciar sua jornada musical de 2h de duração. Dessa forma começou, nesta terça-feira (30) às 22h (horário local) na cidade de San Juan, em Porto Rico, o show da cantora americana no qual os brasileiros poderão assistir no mês de novembro no
Rio de Janeiro (9), em São Paulo (11) e em Porto Alegre (13).
Repleta de discursos em prol das minorias, de trocas de figurino e de hits, a apresentação levou 15 mil ao Coliseo de San Juan. A turnê, chamada “Born this way ball”, promove o segundo álbum da nova-iorquina de 26 anos e é, de fato, bombástica como tudo o que envolve Gaga.
Um bom exemplo não demora a aparecer no show, quando o primeiro grande sucesso é executado no palco: a cantora sai de dentro de uma vagina gigante, fechada por um zíper, para cantar “Born this way”. Também chama a atenção a quantidade de roupas usadas por Lady Gaga. Elas são bonitas, ousadas, provocativas e variadas, e vão desde o “traje de carne” – usado em “Poker face”, quando ela é colocada por seus dançarinos em um moedor – até o sutiã com pistolas em “Alejandro”.
Durante o show, os músicos ficam espalhados pelo castelo e quase tudo é mesmo tocado ao vivo, com a utilização de poucas bases pré-gravadas. Tudo, aliás, acontece como um grande musical, com muitos dançarinos e com o castelo (o cenário central do espetáculo) se movendo e se transformando de acordo com a necessidade de cada ato.
No universo de Gaga, todas as pequenas coisas caminham rentes ao bizarro e ao estranho, ainda que estejam mesmo embrulhadas por uma embalagem pop. Por isso, as esquisitices do show jamais conseguem chamar mais atenção do que hits extremamente dançantes como “Bad romance” (na qual ela sai de dentro de algo semelhante a um ovo para cantar) e “Telephone”.
Vale tirar o chapéu para a americana quando o assunto são suas cordas vocais. Ela canta bem – e para valer – ao vivo, e as músicas ficam um pouco mais pesadas no show, com mais guitarras e viradas de bateria, por exemplo, além de modificações em pequenos detalhes nos arranjos.
Lady Gaga dá muita atenção aos fãs. Não apenas conversando em diversas ocasiões, mas recebendo os presentes jogados a seus pés por eles e pincelando gente do público para ir até seu camarim ao final do show. No Porto Rico, a americana pediu ainda para que levassem um homem de cadeira de rodas ao palco, que ficou ao seu lado durante toda a execução de “Hair”, ganhando até um “selinho” no meio da música.
Entre as conversas com os 15 mil presentes, a cantora pediu animação e brincou: “não dou a mínima se vocês trabalham amanhã! Quero que dancem, bebam e se divirtam”. E também agradeceu a todos que compraram o ingresso: “sei o quão difícil é juntar dinheiro para ver um show que você gosta”, lembrando, em seguida, dos tempos difíceis em Nova York antes do sucesso.
Os discursos são longos e até mesmo repetitivos, mas são exatamente eles, com a grande ajuda das canções, que colaboram para que Gaga tenha um legião de seguidores tão fiéis a seu lado, aos quais ela costuma chamar de “pequenos monstros”.
Antes de tocar “Marry the night” no bis, que encerrou o show em San Juan, a cantora chamou um grupo de fãs ao palco para discursar novamente sobre o quanto sofreu até se tornar uma estrela pop. Lições de moral a parte, o que ficou claro em Porto Rico é que Gaga tem mesmo um olhar diferenciado para o entretenimento e a música pop, e ninguém deveria tratá-la como algo menor do que isso. E nem como algo maior.
Diversão garantida
Escolhido para abrir os shows da atual turnê de Gaga, a banda britânica The Darkness fez um ótimo show por volta das 20h15, capaz de conter a ansiedade dos portorriquenhos para ver a cantora e agradar quem já estava no local. "Vocês são educados e adoráveis, né?", disse o vocalista Justin Hawkings ao ver que o público estava apreciando a apresentação.
De fato, os presentes respeitaram o grupo e ainda vibraram a cada demonstração de empolgação dos integrantes ou quando Hawkings alcançava tons mais agudos – mesmo que o Darkness nada tenha a ver com o que faz Lady Gaga.
Os inevitáveis hits não faltaram – entre eles, claro, apareceu “I believe in a thing called love”. O quarteto inglês encerrou seus trabalhos às 21h, no que foi um show curto, direto e divertido, como toda banda de abertura deve sempre ser.
Veja as músicas tocadas por Lady Gaga em San Juan nesta terça-feira:
“Highway unicorn”
“Escape”
"Hooker"
"Government hooker"
"Born this way"
"Black Jesus"
"Bloody Mary"
"Bad romance"
"Judas"
"Fashion of his love"
"Just dance"
"Love game"
"Telephone"
"Heavy metal lover"
"Bad kids"
"Hair"
"You & I"
"Electric chapel"
"Americano"
"Poker face"
"Alejandro"
"Paparazzi"
"Scheibe"
"The edge of glory"
"Marry the night"
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