A Marcha das Vadias protesta neste sábado (22) pelas ruas de Brasília contra o machismo e contra dois projetos recentemente aprovados por comissões da Câmara dos Deputados: a chamada "cura gay", que autoriza psicólogos a proporem tratamento contra a homossexualidade, e oEstatuto do Nascituro, proposta que prevê uma bolsa de assistência
para mães que não abortarem filhos concebidos em estupros, apelidada de "Bolsa Estupro".
A marcha acontece pelo terceiro ano consecutivo. Neste ano, a concentração ocorreu em frente à Rodoviária do Plano Piloto. As cerca de três mil pessoas presentes, segundo estimativas do 1º Batalhão da Polícia Militar, caminharam pelo centro de Brasília. No trajeto, gritavam frases como "Vem pra rua contra o machismo".
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) estava no grupo e criticou o que chamou de "Bolsa Estupro". Segundo ela, trata-se de uma proposta que fere os direitos da mulher. "Dá mais direito para um amontoado de células do que à própria mulher."
Portadora de problemas auditivos, Helenne Sanderson participou do protesto e se disse "surda e vadia". Ela protestou por menos violência e contra a falta de respeito dos homens.
A professora Yvone Lira, que também integrou o grupo, destacou que "ser vadia é ser livre". "Estou protestando para a mulher ter o direito de ser o que quiser, da forma que quiser."
Durante o protesto, um fotógrafo e outros dois homens foram expulsos da marcha. Ele disse algo que contrariou as manifestantes, chegou a pedir desculpas, mas acabou expulso. Outros dois homens que acompanhavam a marcha saíram debaixo de buzinas e gritos de guerra. As manifestantes se recusaram a explicar o motivo da expulsão.
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