Em outros tempos, dizer que o Brasil não seria favorito em uma decisão de campeonato, contra a Espanha, no Maracanã, poderia soar como loucura. Atualmente, no entanto, é a realidade, nua e crua, da final da Copa das Confederações, às 19h (de Brasília). O cenário, porém, dá à seleção brasileira a chance de mudar a nova ordem do futebol. E dá ao time
espanhol a chance de confirmar, em grande estilo, a melhor fase de sua história. O GLOBOESPORTE.COM, a TV Globo e o SporTV transmitem a partida ao vivo. O site acompanha também em Tempo Real.
A decisão dos sonhos será disputada em um dia marcante para o Brasil: há 11 anos, no mesmo 30 de junho, a Seleção conquistava o pentacampeonato sob o comando de Luiz Felipe Scolari na Copa do Mundo da Coreia do Sul e do Japão. A data pode ficar ainda mais marcante, com a confirmação da retomada do prestígio mundial que a Seleção viu diminuir gradativamente desde a sua última conquista mais importante. De lá para cá, o Brasil ganhou duas vezes a Copa América, duas vezes a Copa das Confederações, mas caiu nas quartas de final dos dois Mundiais seguintes.
- Brasil e Espanha serão os favoritos em qualquer campeonato que disputarem. O favoritismo é deles agora pelo que já fizeram. Mas dentro de campo, nós temos que jogar o nosso futebol, sem deixar de lado o nosso jeito de jogar. Temos que fazer tudo como se tivéssemos treinando. Não podemos ter medo de arriscar e fazer o melhor para o Brasil – discursou Neymar.
Conquistar o tetracampeonato da Copa das Confederações não colocará o Brasil novamente no topo do mundo. Mas o fato de ser contra a Espanha, atual bicampeã europeia e campeã mundial em 2010, na África do Sul, dá outro status a essa competição, considerada um teste para a Copa do Mundo. Bem maior do que se fosse qualquer outro adversário. Afinal, a Roja é a seleção a ser batida no momento. Mas Felipão tenta tirar o peso do rival.
- Não considero a Espanha favorita. Nos últimos seis anos, a Espanha impôs seu futebol e venceu competições importantes. Eles vêm jogando com praticamente a mesma equipe nos últimos seis anos. Eles levam alguma vantagem. Mas temos algo que é importante. Voltamos a ter credibilidade com o nosso torcedor. Vamos buscar aquilo que imaginávamos desde o inicio, que é jogar e ganhar a final – analisou o técnico.
A campanha da seleção brasileira até esta final só teve vitórias: 3 a 0 no Japão, 2 a 0 no México, 4 a 2 na Itália e 2 a 1 no Uruguai. A Espanha, por sua vez, venceu Uruguai por 2 a 1, Taiti por 10 a 0, Nigéria por 3 a 0 e passou pela Itália na semifinal nos pênaltis, depois de empate por 0 a 0 no tempo normal e na prorrogação.
Sonho de meninos
Desde que chegou ao Brasil para a disputa da Copa das Confederações, mesmo com a ressalva, a cada entrevista, de que o caminho para a final era longo, a Espanha admitia que uma decisão contra a seleção brasileira no Maracanã era um sonho. O jogo serve como uma espécie de batismo final para uma geração que ganhou quase tudo. Entre os pequenos "poréns" no currículo dos campeões mundiais, estão a ausência de um jogo contra o Brasil e a falta de uma Copa das Confederações.
A combinação dos fatores dá motivação para um elenco que poderia estar acomodado.
- É bom ver que eles ainda podem ir a campo como quem vive um sonho de menino – resumiu o técnico Vicente del Bosque.
A Espanha respeita muito o Brasil. A legião de atletas saídos daqui para jogar na Europa alimenta a admiração dos jogadores desta geração multicampeã. Eles cresceram vendo craques como Romário, Ronaldo, Rivaldo e Ronaldinho. Consequentemente, sabem o que representaria vencer o Brasil, ainda mais no Maracanã, e valendo um título. Para eles, é a final dos sonhos.
- Todos esperavam que essa Copa das Confederações tivesse Brasil e Espanha na final. Foram as equipes que mereceram estar ali. Será uma partida muito bonita. Estamos conscientes de que, desde que somos campeões do mundo, é especial para qualquer equipe nos enfrentar. Jogar no Maracanã contra o Brasil também é importante para nós – comentou o goleiro e capitão da Espanha, Casillas.
A equipe deve ter uma mudança na comparação com a formação da semifinal. Fàbregas deve voltar ao time no lugar de David Silva. No ataque, porém, a tendência é que Fernando Torres permaneça entre os titulares, com Soldado no banco.
*Participam desta cobertura Alexandre Alliatti, Alexandre Lozetti, Leandro Canônico, Márcio Iannacca e Victor Canedo.
Julio César; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Neymar e Fred | Casillas; Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Jordi Alba; Busquets, Xavi, Iniesta, Fàbregas e Pedro; Fernando Torres. |
Técnico: Luiz Felipe Scolari | Técnico: Vicente del Bosque |
Árbitro: Bjorn Kuipers (Holanda) | |
Local: Maracanã (Rio de Janeiro/RJ). Data: 30/06/2013. Horário: 19h (de Brasília) |
Por GLOBOESPORTE.COM*Rio de Janeiro
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