segunda-feira, 24 de junho de 2013

Após duas horas de protesto, grupo libera acesso a aeroporto de Fortaleza

Protesto bloqueou entrada de taxistas ao Aeroporto de Fortaleza (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)

Depois de quase duas horas, os manifestantes liberaram a pista de acesso ao Aeroporto Internacional Pinto Martins, em Fortaleza, na tarde deste domingo (23), após um protesto que reuniu cerca de mil pessoas, um grupo menor de cerca de 50 pessoas bloqueou a Avenida Senador Carlos Jereissati, depois de passar próximo à Arena Castelão, onde a Espanha
enfrentava a Nigéria pela Copa da Confederações.
O protesto atrapalhou o trânsito na via e criou um congestionamento de táxis. Parte das pessoas que iam ao aeroporto desceu dos táxis e se dirigiu ao aeroporto a pé. O protesto caminhou da BR-222 ao aeroporto. A Tropa de Choque da Polícia Militar fez uma barreira para impedir a entrada das pessoas ao interior do aeroporto.
Após a caminhada, uma minoria de vândalos pichou e secou pneus de veículos de emissoras de televisão. Um veículo da TV Diário, de Fortaleza, foi pichado e carros da TV Verdes Mares e TV Jangadeiro tiveram os pneus esvaziados.
Tropa de Choque fez barreira para impedir o acesso de manifestantes ao Aeroporto Pinto Martins (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
Tropa de Choque fez barreira para impedir o
acesso de manifestantes ao Aeroporto Pinto
Martins (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
A concentração do protesto iniciou a cerca de 3 quilômetros da Arena Castelão. O grupo caminhou entre veículos em direção ao Castelão na Avenida Alberto Craveiro, e, em seguida foi em direção ao aeroporto. Apesar da pouca adesão neste domingo em relação aos protestos anteriores, que chegaram a reunir cerca de 30 mil pessoas, os manifestantes acreditam que os protestos não perderam a força. “Nós tivemos hoje uma assembleia para debater e decidir os rumos do protesto. Na próxima semana nós vamos voltar com mais força”, diz Lucas Moreira, um dos organizadores dos protestos em Fortaleza.
Na manhã deste domingo, o grupo se reuniu no Centro Cultural Dragão do Mar para decidir as pautas prioritárias nos protestos. Ficou decidido que o grupo vai reivindicar, de forma prioritária, a redução da tarifa de ônibus de R$ 2,20 para R$ 2, e a paralisação das obras do Acquario Oceânico, avaliado em US$ 250 milhões.
“Todas as capitais baixaram a tarifa, agora a gente quer a redução também em Fortaleza”, diz Lucas Moreira. Em relação ao Acquario, os manifestantes alegam que há irregularidades e  gastos excessivos na obra e a prioridade do estado deveria ser o combate aos efeitos da seca. O Ceará passa por uma das maiores secas dos últimos 50 anos e tem 174 de 184 cidades com decreto de emergência devido à escassez de água.
O governo defende que o Acquario é construído de forma regular, com licença ambiental da Secretaria Estadual de Meio Ambiente. Os manifestantes alegam que é necessária a licença ambiental de um órgão federal. O Ibama, no entanto, afirmou que o órgão estadual deveria emitir ou não a licença. Sobre a denúncia de gastos excessivos, o governo alega que a obra custou o valor médio estimado para um empreendimento do porte do Acquario Oceânico e que também tem feito investimentos para amenizar os efeitos da seca no estado.
A prefeitura de Fortaleza não se pronunciou sobre o pedido de redução de passagem.
Pneus de veículos da imprensa foi esvaziado por minoria de baderneiros (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
Pneus de veículos da imprensa foram esvaziados
por minoria de baderneiros (Foto: TV Verdes Mares)
Ato contra ações da PM
Na segunda-feira (24), os manifestantes farão uma caminhada em protesto às ações da Polícia Militar para coibir o avanço do protesto até a Arena Castelão, durante o jogo Brasil e México. Cerca de 50 pessoas ficaram feridas com balas de borracha. Os organizadores do grupo consideram as ações excessivas.

“Juntamos diversos boletins de ocorrência, exame de corpo de delito e pessoas que sofreram com a agressão e vamos caminhar até o Ministério Público, que é o órgão responsável, para apurar os excessos da PM”, explica a advogada e protestante Mayara Justa. O protesto está marcado para 9h de segunda-feira, com saída da Faculdade de Direito da Universidade Federal do Ceará, na Avenida da Universidade.
Questionado sobre os atos de violência da Polícia Militar na quarta-feira (19) contra as pessoas que protestavam no entorno do Castelão, durante jogo de Brasil e México pela Copa das Confederações, o governador afirmou que orientação era usar o “mínimo de recurso” possível. 
“A orientação era para que utilizassem o mínimo de balas de borracha. Se houve algum (tiro de bala de borracha), é porque também houve excesso de alguma minoria, porque eu vi imagem, a grande maioria estava a 200 metros da polícia e alguns tentavam efetivamente enfrentar a polícia”, afirma Cid Gomes.
  •  
Grupo pequeno de manifestantes bloqueou acesso de táxis ao Aeoporto Pinto Martins (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)Grupo pequeno de manifestantes bloqueou acesso de táxis ao Aeoporto Pinto Martins (Foto: TV Verdes Mares/Reprodução)
Gastos com a Copa
Cid defende que o Castelão é o estádio que teve o menor custo entre as 12 arenas que sediarão jogos da Copa do Mundo em 2014, em porporção ao número de assentos de cada estádio. Ainda segundo Cid Gomes, a maior parte da população cearense defende a realização da Copa no estado, segundo pesquisas. A reforma do estádio Castelão custou R$ 527 milhões.

“É respeitável que algumas pessoas defendem que em vez de estádio se invista em outra coisa, isso é legítimo. Agora tem uma grande quantidade de pessoas que acha importante a realização da Copa do Mundo, e nós temos um compromisso”, afirmou.

Do G1 CE

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Futebol ao vivo