O STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva) comunicou ao Palmeiras, no começo da noite desta terça-feira, que acatou o protesto legal referente ao jogo com o Internacional, realizado no último sábado em Porto Alegre. Com a posição, o resultado da partida está suspenso e o jogo passa a não valer para a classificação do Campeonato Brasileiro.
Segundo o diretor jurídico do Palmeiras, Piraci de Oliveira, o Internacional e os envolvidos na polêmica têm dois dias para se manifestar e a decisão sai no dia em que o julgamento for marcado. Segundo a assessoria de Flávio Zveiter, presidente do STJD, a intenção é que isso aconteça até o dia 15 de novembro.
Inicialmente, a diretoria palmeirense trabalhava com a informação de que o julgamento aconteceria já no próximo dia 08.
"O Palmeiras recebeu o despacho do STJD. A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) não vai homologar a partida, os pontos não vão ser contabilizados até o dia do julgamento. O certo é que os pontos não sejam contabilizados na tabela. O Internacional tem dois dias para se manifestar, assim como os membros de arbitragem que estiveram no Beira-Rio. Essa notícia é ótima e mostra o bom senso das pessoas que comandam o futebol. Agora eles vão analisar se houve de fato a interferência e, se comprovada, a partida vai ser cancelada", disse Piraci de Oliveira, que ainda não quer comemorar a decisão.
"Ainda é cedo para a gente falar sobre isso. O que é fato é que houve um movimento a nosso favor", completou ele explicando que esse é um procedimento padrão quando algum time pede o cancelamento de uma partida.
Com a decisão, o Internacional volta a ter 48 pontos em 32 jogos disputados, enquanto que o Palmeiras segue com seus 32 pontos, mas com um jogo a menos do que tinha.
A postura do Internacional é um pouco mais conservadora. O advogado do time gaúcho, Rogério Pastl, admite que o processo do Palmeiras foi aceito pelo STJD, mas os pontos ainda não podem ser retirados da tabela de classificação.
"A impugnação de partida do Palmeiras foi processada. É um comunicado. O julgamento terá um efeito, se for o caso, de desfazer o resultado e retirar os pontos. Tem um prazo para fazer isso. É o prazo que você pode reclamar. Mas não quer dizer que já esteja suspenso. O resultado está mantido por agora. Não tem previsão ainda de quando será este julgamento", afirmou Rogério.
O argumento do Palmeiras é de que o delegado da partida, Gerson Baluta, usou de tecnologia para dar a informação ao trio de arbitragem de que Barcos havia tocado com a mão na bola para empatar a partida. O time usará como provas a fala da repórter da TV Bandeirantes, que disse ao vivo que Baluta pediu informações aos profissionais de imprensa que estavam no campo e até mesmo Vinicius Martins, médico do clube paulista, que ouviu da boca do delegado que ele "dormiria tranquilo" após ter anulado o gol.
Além disso, outra possível prova é o esquema de arbitragem revelado pelo Diário Lance!, onde árbitros usariam informações de televisão em lances polêmicos para evitar que erros acontecessem. A Fifa permite que um árbitro desista de sua decisão desde que ele tenha informações apenas de seus auxiliares e não de alguma outra pessoa, como repórteres, por exemplo.
Apesar de todos os incidentes, que chegaram a paralisar o jogo por seis minutos, o árbitro da partida, Francisco Carlos Nascimento, afirmou na súmula que "nada houve de anormal".
A CBF, por sua vez, informou que ainda não recebeu o despacho pelo expediente ter sido encerrado antes do envio. A entidade só se manifestará a respeito na quarta-feira.
Danilo Lavieri e Jeremias Wernek*
Do UOL, em São Paulo e em Porto Alegre
Do UOL, em São Paulo e em Porto Alegre
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