segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Sócio majoritário de boate e mais três pessoas estão presas, diz polícia do RS


A Polícia Civil do Rio Grande do Sul confirmou a prisão temporária do sócio majoritário da boate Kiss, em Santa Maria (301 km de Porto Alegre), em mandado cumprido às 13h20 desta segunda-feira (28). Segundo um dos delegados do caso, Antonio Firmino Neto, Mauro Hoffmann foi apresentado por seu advogado na Delegacia Regional da cidade.
A reportagem não conseguiu contato com o advogado de Hoffman para saber se ele
ingressará alguma medida pela soltura do empresário.
Com a prisão do empresário, foram cumpridos todos os quatro mandados expedidos pela Justiça a pedido da Polícia Civil --e todos, com parecer favorável do Ministério Público.
Mais cedo, depois das 11h, a Polícia Civil havia confirmado as prisões de outro proprietário da boate e de dois músicos da banda Gurizada Fandangueira. O grupo se apresentava no local, na madrugada desse domingo (27), quando um incêndio tomou conta da boate e deixou mais de 230 mortos.
Segundo o delegado, os dois músicos prestaram depoimento hoje cedo.
"Eles assumem que usaram pirotecnia no show, mas, obviamente, tentam se livrar da responsabilidade pelo caso", declarou o delegado.
Também mais cedo, o advogado do empresário Elissandro Callegaro Spohr --sócio minoritário da Kiss --, Jader Marques, confirmara a prisão do cliente, internado desde ontem (27) em um hospital de Cruz Alta (RS).
De acordo com Marques, "Kiko", como Spohr é conhecido, teve de ser hospitalizado devido à inalação de fumaça e está sob custódia policial.
Conforme a Polícia Civil, os dois integrantes da banda foram presos nos municípios gaúchos de Mata e São Pedro do Sul.
De acordo com o advogado de Spohr, o empresário passa por desintoxicação da fumaça inalada no incêndio.
"Estou indo até ele, pois a informação que recebi foi a da prisão", disse. Indagado se vai recorrer da medida, o advogado resumiu: "Tenho que analisar ainda, pois o Judiciário no Estado só funciona a partir do meio dia", justificou Marques, que completou: "O Kiko está absolutamente à disposição da Justiça", resumiu.
Ontem de madrugada, um incêndio no interior da boate causou a morte de mais de 230 jovens --a maioria, entre 16 e 20 anos.

MP quer prisões

Hoje de manhã, em entrevista à rádio Gaúcha em Santa Maria, a promotora responsável pela 3ª Vara Criminal de Santa Maria, Waleska Flores Agostini, afirmou que o Ministério Público pediria a prisão temporária de responsáveis pelo incêndio ainda esta semana.
"Isso [pedir preliminarmente a prisão de responsáveis pela tragédia] é possível", disse a promotora, que confirmou ainda pedidos de mandados de busca e apreensão obtidos na Justiça, pelo Ministério Público, nas casas dos proprietários da boate.
Por outro lado, a promotora preferiu não especificar os alvos dos pedidos de prisão --se dos donos da boate, de integrantes da banda Gurizada Fandangueira e ou de outros envolvidos no caso.
Na entrevista, a promotora informou ainda que ontem mesmo o MP já obteve resposta favorável da Justiça a medidas cautelares que pediram busca e apreensão nas casas dos proprietários da boate. Também à rádio, o advogado de um dos sócios da empresa, Jader Marques, confirmou o cumprimento do mandado na residência do cliente.
"O procurador-geral de Justiça do Estado designou promotores para acompanhar essa investigação", disse a promotora, que citou os depoimentos colhidos pela Polícia Civil e "algumas providências do MP" como importantes para os passos seguintes. "Ainda é prematuro dizer o que houve e o tipo de responsabilidade de quem. Como se trata de uma investigação criminal, dependemos de alguns passos que serão tomados ainda esta semana", concluiu.

Governador pede "apuração rigorosa"

Também hoje cedo, o governador Tarso Genro (PT) disse em entrevista à rádio Gaúcha de Santa Maria que seguiria à cidade da tragédia, juntamente com o procurador-geral de Justiça do Estado, Eduardo Veiga, para acompanhar os trabalhos de investigação do Ministério Público e da Polícia Civil sobre o incêndio.
"Agora é o momento de tomarmos todas as providências para apurar responsabilidades , que têm que ser investigadas profundamente pelo MP, e, depois pelo Judiciário", disse Genro. "Disponibilizaremos [ao MP e à Polícia] todas as condições necessárias para que tenham uma apuração rigorosa", definiu o governador, que preferiu não adiantar eventuais responsabilizações. "Temos que ver se tivemos ações ou omissões que determinem isso", resumiu.
Genro disse ainda que não descarta a criação de uma força-tarefa estadual para auxiliar o município "não só a melhorar a legislação, como também para aumentar fiscalização, se for o caso", em casas noturnas.
Janaina Garcia
Do UOL, em São Paulo




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