No momento em que uma grande economia do planeta, a europeia, sofre a pior crise de sua história, e a América Latina registra taxas de crescimento de 4,5% nos dois últimos anos, chefes de estado e governo latino-americanos e europeus tentam fechar "uma nova aliança estratégica" em prol da economia de ambos os grupos.
A cúpula entre 60 países dos dois lados do Atlântico ocorre em Santiago do Chile neste fim
de semana. O presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse na cerimônia de abertura que busca uma aliança entre os blocos. “O tema que nos convoca é a construção de uma nova aliança estratégica para o desenvolvimento sustentável com base em investimentos de qualidade, tanto na área ambiental quanto na social”, falou.
Segundo Piñera, 43% dos investimentos estrangeiros na América Latina se originam na Europa, mas desaceleraram com a crise. Ele assinalou, ainda, que os investidores “estão concentrados em muito poucos países” para poucos receptores. Entre os primeiros, citou Espanha, Grã-Bretanha e França. Entre os demais, Brasil, Argentina e Chile.
A chanceler alemã, Angela Merkel, considerou que a região pode ter um papel importante na recuperação de Espanha e Portugal, que atravessam o pior momento de sua grave crise.
Os países do Mercosul anunciaram o compromisso de apresentar antes de outubro suas primeiras ofertas comerciais de acesso de seus produtos ao mercado da União Europeia (UE), no marco das negociações entre os dois blocos por um acordo de associação, confirmou à Agência Efe o comissário de Comércio europeu, Karel de Gucht.
Ações
A reunião aprovou uma Declaração e um Plano de Ação por aclamação, dos quais a agência France Presse obteve a versão em inglês, ainda não publicada oficialmente. Entre os pontos, a Declaração de Santiago reitera o compromisso “em evitar o protecionismo em todas as suas formas”, apoia um “investimento produtivo, que respeite os aspectos econômicos, sociais e ambientais que constituem o desenvolvimento sustentável” e reafirma o compromisso dos países com os direitos humanos.
Nos debates anteriores à cúpula, a União Europeia pediu o livre-comércio e segurança jurídica para aumentar os investimentos na América Latina – uma reação às expropriações de empresas europeias que ocorreram nos últimos anos na Venezuela, Argentina e Bolívia.
Mas delegados venezuelanos que participam da reunião informaram à Agência France Presse que a Venezuela exigiu uma menção ao direito de expropriação dos Estados, como “um mecanismo de intervir na economia, assim como os subsídios”, disse Rodolfo Sanz, secretário executivo da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba).
O presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, defendeu um compromisso sólido para frear o protecionismo, e pediu um marco jurídico transparente para os investimentos.
Do G1, com agências internacionais*
* Com informações da AFP e da EFE
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