Seis pessoas morreram e mais de 600 ficaram feridas neste domingo (27) em atos de violência em Port Said durante os funerais dos 31 mortos nos confrontos da véspera.
Ante esta escalada de violência, o presidente egípcio, o islamita Mohamed Mursi, vai dirigir-se à nação na noite de domingo, segundo anunciou a TV estatal.
Esses seguidores foram condenados por seu envolvimento nos atos de violência que, em fevereiro de 2012, deixaram 74 mortos, depois de uma partida contra uma equipe do Cairo, o Al Ahly.
O balanço oficial das pessoas mortas no sábado subiu para 31, mas o número de vítimas exato de pessoas enterradas neste domingo ainda não é conhecido.
Fontes médicas indicaram à AFP que todas as vítimas de sábado morreram por impacto de balas de verdade. O Exército desmentiu ter utilizado este tipo de munição.
Durante o traslado dos mortos da mesquita até o cemitério, foram ouvidos vários disparos de procedência desconhecida, o que provocou pânico entre multidão.
Os habitantes que participavam no cortejo fúnebre ocuparam a rua principal da cidade. Algumas expressaram sua revolta com o poder islamita, gritando "Abaixo o poder do guia" da Irmandade Muçulmana, a formação à qual pertence o presidente Mohamed Mursi.
Os militares se posicionaram na cidade portuária para proteger os prédios públicos e outros lugares emblemáticos.
Alguns habitantes de Port Said asseguram que as condenações à morte foram motivadas pelo desejo de evitar confrontos ainda mais graves com membros da torcida organizada do Al Ahly, que ameaçaram semear o caos se o veredicto não fosse suficientemente severo.
"É um veredicto político que sacrificou nossos filhos para evitar o caos. Nossos filhos são bodes expiatórios", afirmou um dos habitantes, Ashraf Sayed.
No sábado, vizinhos de Port Said atacaram duas delegacias e parentes dos condenados à morte tentaram atacar a prisão na qual os réus estão detidos.
Desde sexta-feira, várias cidades do Egito, entre elas a capital, viveram confrontos durante a celebração do segundo aniversário do início do movimento popular que depôs o então presidente Hosni Mubarak.
No Cairo, neste domingo, prosseguiam, pelo quarto dia consecutivo, os choques entre pequenos grupos de jovens manifestantes e policiais perto da praça Tahrir, onde as forças de segurança respondiam às pedradas com bombas de gás lacrimogêneo.
Em Suez, também foram registrados confrontos durante a noite na entrada do canal de mesmo nome, onde quatro delegacias foram atacadas.
A embaixada dos Estados Unidos anunciou que suspendeu seus serviços ao público por estes confrontos que transcorreram próximo as suas instalações.
No Cairo
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