Um mercado da rede Todo Dia, foi flagrado pela Vigilância Sanitária vendendo sucos da marca Ades, proibidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), em Itaquera, na Zona Leste deSão Paulo. O gerente do supermercado foi autuado em flagrante por crime
contra as relações de consumo.
A venda começou a ser investigada na terça, após o pai de uma adolescente procurar a polícia. Ele contou que a filha passou mal cerca de seis horas depois de consumir a bebida, apresentando dores abdominais e diarreia. Ela foi levada a um hospital, medicada e liberada.
A supensão de venda e consumo de lotes dos produtos com soja de uma das linhas de produção da marca Ades está em vigor desde 15 de março, após contaminação de uma das linhas de produção em Pouso Alegre (MG) por produto de limpeza.
Cerca de 170 litros do suco que estavam no mercado foram apreendidos e levados para uma delegacia de São Paulo. A polícia ainda não sabe quantos consumidores compraram o produto no Todo Dia.
Em nota, o Grupo Walmart, que administra a rede Todo Dia, afirmou que o cliente comprou o suco antes da proibição da Anvisa. A empresa disse que cumpriu a determinação de recolher os produtos e que ainda está apurando a presença de unidades do suco no mercado.
Soda cáustica
A suspensão abrange apenas uma das 11 linhas de produção de Ades da fábrica de Pouso Alegre. A medida da Anvisa atinge os lotes da bebida fabricados pela linha de produção TBA3G, em diferentes sabores, identificados pelas iniciais "AG" no número do lote.
Na ocasião, a Unilever informou que houve uma falha no processo de higienização, que resultou no envase de embalagens com solução de limpeza da máquina.
No dia 22 de março, a Superintendência Estadual de Vigilância Sanitária divulgou laudo que constatou que embalagens de Ades foram envasadas somente com hidróxido de sódio (soda cáustica) a 2,5% e água, e não com suco de soja.
A falha foi detectada no processo de envase do Ades sabor maçã – Lote AGB 25 envasado no equipamento TBA3G no dia 25 de fevereiro de 2013 com validade até 22 de dezembro de 2013.
Segundo a vigilância sanitária, o estoque do tanque que alimentava a linha de envase estava reduzido, o que caracterizaria final de processo e que a linha estaria pronta para o processo automático de limpeza. No entanto, o equipamento foi acionado novamente para o processo de envase. Dessa forma, houve o envase da substância no lugar do suco.
A empresa não percebeu o desvio e o produto, embalagem de 1,5 litros do suco de maçã da Ades, foi distribuído ao mercado.
Segundo a Unilever, o problema limitou-se a "96 unidades de Ades sabor maçã, 1,5 litro" e que, desde o dia 13 de março nenhum produto fabricado na linha TBA3G foi distribuído ao mercado.
Dano causado por Ades é como uma 'afta forte'
O vice-presidente da Unilever Brasil, Newmam Debs, afirmou no dia 27, em audiência na Comissão de Defesa do Consumidor na Câmara dos Deputados, que uma série de medidas adotadas pela empresa após o incidente. Segundo o executivo, todos os operadores das linhas de produção foram treinados novamente. Além disso, houve revisão do software da máquina que apresentou defeito e o plano amostral das linhas foi ampliado, aumentando, segundo Debs, a segurança do produto antes de ser liberado para consumo.
De acordo com Newmam Debs, a empresa se empenhou em dar “o máximo de conhecimento possível aos consumidores para evitar que as pessoas consumissem desavisadamente aquele produto que estava impróprio”.
“A Unilever adotou a postura de cuidado dos consumidores, transparência e colaboração de todas as autoridades”, disse o empresário.
Segundo Debs, o ferimento provocado pelas unidades de suco Ades que continham soda cáustica são como uma “afta forte” e que a boca dos consumidores afetados vão se “autocurar”.
"A sensação de ingerir esse produto é como se fosse uma afta forte, uma ardência. A boca se autocura, um processo de regeneração da mucosa. Em nenhum caso houve internação, as pessoas estão bem”, declarou o vice-presidente da empresa.
Do G1 São Paulo
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