Após celebrar uma das melhores parcerias de fornecimento esportivo desde 2008, a Olympikus vê o contrato com o Flamengo chegar ao fim de forma melancólica. Com duração inicialmente prevista até 2014, o acordo será rescindido nas próximas semanas por conta do
vínculo assinado entre o rubro-negro e a Adidas para os próximos dez anos.
Assinado em dezembro, o contrato entre Flamengo e a gigante alemã não só tirou a Olympikus da Gávea como foi responsável direta por uma queda de aproximadamente 50% nas vendas dos últimos quatro meses.
“Está difícil vender e até mesmo argumentar com os torcedores. Todos que visitam nossa loja perguntam quando teremos camisas da Adidas. Querendo ou não, é isso que o rubro-negro mais espera no momento”, disse uma das vendedoras da megaloja da Olympikus instalada dentro da Gávea.
“O contrato assinado em dezembro parece ter sido ótimo pro clube [R$ 380 milhões por 10 anos], mas não foi tão bom para nossas as vendas. Vai ter muita coisa encalhada no próximo mês. Teremos que “queimar” o estoque. O preço vai diminuir, assim como o lucro. É uma pena, pois sempre vendemos bem aqui”, completou.
O único fôlego nas vendas se deu no início do ano, quando a Peugeot, nova patrocinadora, passou a estampar o uniforme rubro-negro. “Os números aumentaram, mas nada que se comparasse a outros períodos de boas vendas. Foi um mês de procura e só”, relembrou a funcionária.
E a motivação entre as partes na parceria não vinha bem há algum tempo. Acostumada a lançar novas com certa frequência, a Olympikus não investia em um material diferente desde fevereiro de 2012, quando anunciou o uniforme para a temporada. Em 2013, o Flamengo ainda entra em campo com o modelo antigo.
Desde o início da última temporada, com os rumores de uma então negociação entre Flamengo e Adidas, a Olympikus praticamente “jogou a toalha”, por mais que mantivesse o discurso oficial de “manter os compromissos assumidos em contrato até o último dia”.
No final de 2012, o pagamento do Flamengo a Olympikus de R$ 2,5 milhões de multa rescisória, além da decisão de abrir mão de R$ 7,9 milhões entre royalties e luvas, determinou a contagem regressiva à espera da parceria com a Adidas. E, de quebra, ainda amenizou o prejuízo que estava por vir à antiga parceira, que se despede do clube no próximo dia 30 de abril.
Pedro Ivo Almeida
Do UOL, no Rio de Janeiro
Do UOL, no Rio de Janeiro
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