Além de ser o maior salão do automóvel do mundo, o Auto Show de Xangai também é o mais peculiar, graças às 50 montadoras de origem chinesas e aos seus lançamentos --de cópias de carros ocidentais até um superesportivo híbrido com potência de Ferrari.
As estrelas das grandes marcas locais, no entanto, são os seus novos times
de engenheiros e designers, vindos de companhias como a Mercedes, a Porsche e a BMW.
Em geral com pose de super-heróis, a imagem deles aparece em panfletos de novos produtos ou na ambientação dos estandes.
Na Chery, a apresentação do projetista Hakan Saracoglu (ex-Porsche) teve mais pompa que a da estreia do SUV Beta 5. Mais quatro "reforços", contratados de grupos como a Mercedes e a General Motors, foram exibidos.
"Minha missão será ajudar a desenvolver os carros da marca e tentar reverter a imagem de baixa qualidade que os chineses tinham no passado", afirmou Saracoglu, 47, que há oito meses trocou Stuttgart por Xangai.
Ele não revela o salário, mas, segundo um executivo da Chery, Saracoglu veio para ganhar três vezes mais do que na Alemanha.
Tudo patrocinado pelo governo chinês, que comanda a empresa e investiu US$ 200 milhões na construção de um dos mais avançados centros de desenvolvimento de veículos do mundo, inclusive com laboratórios para testes de impacto (crash-test) e pesquisa de materiais.
Já a recém-lançada Qoros, marca chinesa voltada para o mercado de luxo, planeja ser competitiva inclusive em ambientes mais exigentes, como a Europa e os EUA.
Para conceber o sedã Q3, a empresa trouxe o designer Gert Volkerda, da inglesa Mini, o chefe de produção Alexander Wortberg e o preparador de motores Klaus Schimidt, ambos da BMW.
Empresas com menor representatividade, como a Great Wall e a Geely, também "importam" especialistas para aprimorar os seus produtos --elas têm participação de cerca de 3% no mercado local.
FELIPE NÓBREGA
ENVIADO ESPECIAL A XANGAI
ENVIADO ESPECIAL A XANGAI
O jornalista FELIPE NÓBREGA viajou a Xangai a convite da Chery
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