“Esta é uma homenagem a todos vocês que me ajudaram a chegar até aqui. À todos os chuchus que eu comi este ano, aos pepinos fatiados, baby cenouras e quinuas que acalmaram meus momentos de ansiedade. Uma justa homenagem às leguminosas e sopas ralas que fizeram minhas refeições menos alegres, mas que farão meu verão mais feliz”.
O texto acima é dito no novo comercial das Lojas Marisa que foi ao ar em rede nacional nesta quarta-feira (17) e causou bastante controvérsia nas redes sociais. No vídeo, uma moça magra aparece experimentando peças de roupa e se olhando no espelho, enquanto comenta seus esforços para conquistar a silhueta sequinha para o verão.
Se a intenção da rede de lojas era chamar atenção, conseguiu, mas provavelmente não da maneira que almejava. Na fanpage da marca choveram críticas que acusam a loja de machismo e de estar fazendo apologia aos distúrbios alimentares:
“A nova propaganda é simplesmente um lixo! Absurdo insinuar que tem que ser magra pra curtir o verão. De mulher pra mulher, machista”, escreveu uma internauta. “Absurda a propaganda de vocês. Meu total repúdio. O culto à magreza causa a morte e o adoecimento de milhares de meninas. Mais nada...de mulher pra mulher, machista?”, escreveu outra. “Ae, Marisa, preciso ser magra pra curtir o verão? Se eu não me entupir de alface até pesar 50kg eu não poderei sair de casa? Terei que passar o verão escondida feito um bicho?”, disse outra pessoa.
Outros internautas ainda chegaram a declarar que já efetuaram denúncia junto ao Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária (CONAR): “Me admira uma rede de lojas como a Marisa fazer um projeto desse tipo.. O acontece é que vcs acabaram de derrubar anos de reputação diante de mulheres que não se encaixam nos seus padrões de beleza. Ser feliz não quer dizer usar tamanho 38, ser feliz é a pessoa estar bem consigo mesmo isso se ela estiver ou não acima do peso. Eu já mandei minha reclamação para o CONAR, façam o mesmo”, escreveu a consumidora.
Segundo Eduardo Correia, assessor de imprensa do CONAR, ainda não existe um processo oficializado sobre esta campanha, mas que já está em processo de análise. “Nem toda denúncia é automaticamente convertida em processo, é preciso, antes de mais nada, verificar se na denúncia há fundamento no código que regulamenta a publicidade”, declarou Correia.
Ainda segundo o representante do CONAR, cerca de 180 pessoas formam o conselho de ética da organização e, entre os cerca de 400 processos por ano, a média de 1/3 são abertos sem que haja denúncia do consumidor. “Monitoramos todas as mídias diariamente para verificar irregularidades”, contou.
Procurada pelo Virgula Lifestyle, a Marisa, que também tem uma linha de roupas plus size chamada Especial para Você, com peças que vão dos números 48 ao 54, ainda não se pronunciou sobre a polêmica.
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