A Prefeitura do Rio determinou a suspensão temporária do alvará de funcionamento da pet shop no Engenho de Dentro, no Subúrbio, onde foram registradas cenas de agressões aos bichos. Na tarde desta quinta-feira (18), policiais civis e fiscais da Secretaria de Promoção e Defesa dos Animais estiveram na loja, que já estava fechada.Com base nos videos das
agressões, a prefeitura tomou a medida, conforme mostrou o Bom Dia Rio.
Donos de cães agredidos, clientes e vizinhos do Pet Shop Quatro Patas, que fica na Rua Pernambuco, se reuniram revoltados, na tarde desta quinta-feira (18), em frente a loja onde uma testemunha gravou imagens de maus-tratos contra os animais. Eles pediram por justiça e explicações dos donos do estabelecimento, que funcionava a três anos.
A gravação foi exibida no RJTV. Ao término do telejornal, houve uma mobilização na rua onde fica a loja. A polícia foi chamada para fazer segurança no local. Equipes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA) revistaram o estabelecimento, com a presença de um veterinário da Prefeitura. O caso foi registrado na 26ª DP (Todos os Santos).
A professora Ana Paula Siqueira Santos estava aos prantos. Ela é dona da primeira cadela que aparece nas imagens, um vira-lata, chamada Pink. “Nunca desconfiei, a dona é um amor, foi ela que me deu a cachorra”, contou ela, chorando. “Eu vou acionar eles judicialmente”, completou.
As imagens foram feitas há cinco meses. A testemunha, que não foi identificada e gravou o vídeo, ficou indignada com as agressões. De acordo com ela, os maus-tratos eram constantes e os animais chegavam a gritar de dor. Alguns até saíam machucados e traumatizados com as pancadas. Nas imagens, o filho da dona da loja foi identificado como o agressor dos bichos. Ele pode responder por maus-tratos aos animais, um crime previsto por lei federal, com pena de três meses a um ano de prisão e multa.
Surpresa
Procurada pela equipe do RJTV, a dona do estabelecimento, Solange Barroso, ficou surpresa com as denúncias. Ela disse que nunca recebeu reclamações de maus-tratos.
Solange reconheceu o agressor dos animais como o próprio filho — Daniel, de 20 anos. No entanto, mesmo aparecendo nas imagens, ela negou que soubesse das agressões. Na falta de funcionários, ele chegou a trabalhar na loja alguns meses atrás. Atualmente, tem a função de levar e buscar os cachorros em casa.
"Isso não era do meu conhecimento. São coisas que acontecem no momento e que não dar você controlar. É so isso que posso dizer. Pedir mil desculpas porque realmente, eu não tenho nem o que dizer", contou Solange.
Sequência de socos
As agressões também aconteceram com cachorros pequenos e tranquilos. As cenas mais chocantes, no entanto, são com um cachorro da raça labrador. O animal, mesmo dominado, recebe uma sequência de socos na cabeça. Ele apanha praticamente durante todo o banho, que dura 15 minutos.
Pelas imagens, é possível observar que o funcionário usa uma garrafa de plástico para agredir o cachorro. Em seguida ele pega outro frasco de xampu para bater no animal. As agressões não param. O cachorro não reage, está aparentemente calmo, mas continua recebendo socos.
Como denunciar
Quem quiser denunciar os maus tratos, pode tomar três atitudes: procurar a delegacia mais próxima ou Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente, em São Cristóvão, na Zona Norte da cidade, além de poder ligar para o número 1746. Após a denúncia, agentes da Secretaria especial de Defesa dos Animais vão até o local para fazer uma vistoria. Caso a denúncia seja comprovada, o dono da loja pode ser notificado e o pet shop tem um prazo para se adequar. No entanto, se o erro persistir, o alvará de funcionamento do estabelecimento pode ser suspenso.
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