Um decisão da Justiça de Minas Gerais manteve, nesta quarta-feira (22), a punição que tira um terço dos dias ganhos pelo goleiro Bruno Fernandes de trabalho na penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Em abril do ano passado, ele se envolveu em confusões no presídio, o que foi entendido pela Justiça como "falta grave". Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais, devido o trabalho na prisão, o goleiro já acumulava 341 dias que poderiam ser reduzidos da pena total, mas, após ter recurso negado, perdeu 113 dias.
Em março de 2013, ele foi condenado a 22 anos três meses de prisão pela morte de Eliza Samudio. Segundo a legislação, a cada três dias de trabalho, a pena do preso é reduzida em um. Cabe recurso da decisão.
Em setembro de 2013, a Vara de Execuções Criminais de Contagem tinha decidido que Bruno perderia um terço dos dias trabalhados e que a data para que o goleiro passasse ao regime semiaberto fosse alterada de 22 de janeiro de 2020 para 24 de agosto do mesmo ano. Na decisão desta quarta-feira (22), a 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Minas Gerais manteve a data para contagem da progressão de pena. Com isso, Bruno volta a poder cumprir a pena em regime semiaberto a partir do dia 22 de janeiro de 2020.
"A lei não prevê, como efeito do reconhecimento da falta grave, a alteração da data-base para a obtenção da progressão de regime", disse na decisão o desembargador Doorgal Andrada.
À época da primeira decisão, o goleiro recorreu. Ele foi punido por falta grave em abril de 2013 depois de ameçar dois detentos e um agente penitenciário.
O advogado de Bruno, Francisco Simim, disse que ainda vai analisar a decisão. "Nós vamos avaliar primeiro porque temos ainda a terceira instância para recorrer. Vamos ver o que é mais propício, mais favorável para o meu cliente", disse.
O caso
Eliza desapareceu em 2010 e seu corpo nunca foi achado. Ela tinha 25 anos e era mãe do filho recém-nascido do goleiro Bruno, de quem foi amante. Na época, o jogador era titular do Flamengo e não reconhecia a paternidade.
Em março deste ano, Bruno foi considerado culpado pelo homicídio triplamente qualificado, sequestro e cárcere privado da jovem. A ex-mulher do atleta, Dayanne Rodrigues, foi julgada na mesma ocasião, mas foi inocentada pelo conselho de sentença. Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, amigo de Bruno, e Fernanda Gomes de Castro, ex-namorada do atleta, já haviam sido condenados em novembro de 2012.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, foi condenado a 22 anos de prisão. O último júri do caso foi realizado em agosto e condendenou Elenilson da Silva e Wemerson Marques – o Coxinha – por sequestro e cárcere privado do filho da ex-amante do goleiro. Elenilson foi condenado a 3 anos em regime aberto e Wemerson a dois anos e meio também em regime aberto.
Pedro TriginelliDo G1 MG
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