A vereadora de Ponta Grossa, Professora Ana Maria (PT), que desapareceu após a posse, na terça-feira (1º), foi presa em flagrante ainda nesta quarta-feira (2), por falsa comunicação de crime. Segundo a polícia, ela forjou o próprio sequestro.
De acordo com o delegado Luíz Alberto Cartaxo, que integra o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Grupo Tigre), especializado em resgate de reféns, Ana Maria e mais quatro pessoas - que segundo as investigações tiveram participação na fraude - serão denunciadas por falsidade processual, falsa comunicação de crime e formação de quadrilha. Com exceção de um dos suspeitos, todos estão detidos. “É intenção da polícia mantê-los preso até o julgamento”, disse o delegado.
Ana Maria, que foi eleita para o terceiro mandato nas eleições de outubro de 2012, sumiu por volta das 18h depois de sair do Cine Teatro Ópera, onde foi realizada a cerimônia de posse dos vereadores, prefeito e vice-prefeito eleitos. Do teatro, ela deveria ter ido para a Câmara Municipal para participar da eleição da Mesa Diretora, mas não apareceu. A ausência da vereadora acabou suspendendo a votação. Alguns parlamentares se negaram a dar início à eleição, sem a presença da colega. Na tarde desta quarta-feira, a vereadora apareceu na Santa Casa de Misericórdia, demonstrando-se atordoada. Ela recebeu atendimento médico e foi transferida para o Hospital Regional da cidade. Ainda nesta quarta-feira, a polícia prendeu um assessor de Ana Maria.
Conforme divulgado pela polícia, a vereadora está detida no Hospital Regional da cidade e a voz de prisão foi dada indiretamente, já que Ana Maria está sedada e incapaz de prestar depoimento. “Tão logo ela reúna condições médicas, será levada a unidade policial para prestar esclarecimentos”, explicou Cartaxo. Para impedir qualquer tentativa de fuga, dois policiais fazem a escolta da vereadora, que ainda não tem advogado constituído.
O motivo
Cartaxo explicou que Ana Maria tinha “interesses próprios mediante vantagens” em não participar da votação da Mesa Executiva da Câmara. Cartaxo, contudo, não afirmou que essas vantagens seriam financeiras. Para ele, também pode ser relacionada à composição da Mesa.
“O que dá impressão, é uma opinião que estou dando, não existe nada de concreto nos autos, a ideia [de Ana Maria] era de que fosse uma ação rápida, que ocorresse a votação e ela reaparece”, especulou. Isso não ocorreu, lembrou o delegado, porque os demais vereadores da bancada se negaram a dar continuidade à sessão. “Fugiu ao controle”, complementou
Ainda não é sabido se outros vereadores tiveram participação na simulação de sequestro. Segundo o delegado, o objetivo desta investigação era solucionar o sequestro e, a partir de agora, as investigações podem apontar ou não para o envolvimento de outros agentes políticos
Bibiana DionísioDo G1 PR
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