O goleiro Bruno Fernandes, acusado do desaparecimento e morte de Eliza Samúdio, manisfestou a vontade de trabalhar na prisão e, atualmente, recebe salário para ajudar na limpeza, de acordo com a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds). A secretaria informou que o jogador presta serviços de faxina na Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Ainda de acordo o governo, o atleta é hoje um dos 11.300 detentos do sistema prisional de Minas Gerais que trabalham enquanto cumprem pena. Pelo serviço, ele recebe três quartos do valor do salário-mínimo. Bruno desenvolve estas atividades desde julho deste ano e recebe a remuneração por determinação da Lei de Execuções Penais (LEP). A medida vale como redução da pena referente à condenação de Bruno em processo no Rio de Janeiro, informou a secretaria.
A secretaria informou que ele foi selecionado pela Comissão Técnica de Classificação (CTC) da unidade, que é uma equipe multiprofissional de avaliação, composta por médicos, psicólogos, enfermeiros, pedagogos, dentistas, gerentes de produção e diretores.
O trabalho no presídio não conta para o processo que corre na Justiça de Minas Geriais, segundo o advogado do goleiro, Cláudio Dalledone Júnior, porque não houve condenação. “Ele tem feito estas atividades para ocupar o tempo ocioso dentro da penitenciária. Se ele já tivesse sido condenado [ no processo em Minas] teria uma a redução da pena de um dia por três trabalhados. Mas mesmo isso ainda não sendo válido, ele optou em trabalhar”; diz o advogado.
Caso Eliza Samudio
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão – conhecido como Macarrão –, e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade. O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Bruno. Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela. Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.
Do G1 MG
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