Deficientes visuais do Ceará vão poder acessar os tablets por meio de leitura em braile. O sistema que possibilita este acesso está sendo desenvolvido por especialistas que têm o apoio do Ministério da Educação. A revisora de braile Aurenir Lopes sonha com o dia em que o acesso a cultura não será mais um problema para deficientes visuais como ela. “A leitura em braile ainda é um pouco complicada. Geralmente, os livros vêm numa rapidez muito grande e o braile não atende a essa totalidade de lançamentos. Então, a gente fica restrita a isso”, afirma Aurenir.
A invenção que pode revolucionar a vida de deficientes visuais está guardada dentro de um dos laboratórios do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). Durante um ano, pesquisadores trabalharam no projeto desenvolvendo um sistema que permite ao deficiente visual acessar o tablet por meio da leitura em braile. “O projeto contempla que o cego não perca o contato com a escrita. Isso é maravilhoso. Salvar o braile hoje em dia é algo fantástico. Só vou aprender a ler se eu tocar nela e quando você usa um outro método, seja um ledor ou um sintetizador de voz, você não sente a palavra, você não fixa a palavra. O grande processo de alfabetização no meio cego pode decorrer dessa carência braile. Esse projeto traz para nós a palavra na ponta do dedo”, explica Aurenir.
A praticidade do sistema está no mouse, para onde é enviado o código em braile depois que o tablet converte os textos para a linguagem dos deficientes visuais. “O tablet é o equipamento que dá suporte computacional para o dispositivo. Nele, temos uma mistura de tecnologias de computação, eletrônicas, de eletricidade. A captura da imagem ou o texto que a pessoa está digitando pode ser visualizada em brasile pelo tablet”, explica o professor do IFCE, Elias Teodoro Junior.
O transcritor de braile, Tiago Casal, que tem deficiência visual, experimentou a tecnologia e a comparou com programas que já existem no mercado. “A inovação é essa produção do braile junto com a leitura de telas. Essa adição de leituras é a grande sacada do projeto”, diz Tiago. O Ministério da Educação comprou a ideia dos pesquisadores cearenses e investiu mais de um milhão para que o equipamento fosse desenvolvido no Ceará.
O projeto está em fase final e o protótipo deverá ser apresentado ao MEC no início de dezembro. Os equipamentos ainda precisam passar por testes dentro de escolas públicas até receber a aprovação definitiva do Ministério para fabricar o produto. “O primordial é o acesso ao conhecimento. Não queremos limitar, de forma nenhuma, que a pessoa com deficiência seja restrita a uma estação de trabalho comum”, comenta o pesquisador do IFCE, Heyde Leão.
Do G1 CE, com informações da TV Verdes Mares
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