quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

Manifestante pró-aborto é retirada da Câmara após protesto em comissão

Manifestante protestou pelo direito ao aborto nesta quarta (4) na Câmara (Foto: Felipe Néri/G1)

Uma manifestante foi retirada da Câmara dos Deputados na tarde desta quarta-feira (4) após protesto durante audiência pública sobre aborto na Comissão de Direitos Humanos, presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP). Em meio a discussão no colegiado, a mulher caminhou em direção à Mesa pintando o corpo e a roupa com tinta vermelha. Ela gritava palavras de ordem em defesa do "Estado laico" e do "corpo da mulher".

Agentes da Polícia Legislativa da Câmara retiraram a manifestante da sala da comissão segundos após ela se dirigir à mesa onde estava o deputado Marco Feliciano. Eles a acompanharam até a saída do edifício, enquanto ela gritava pelos corredores da Câmara com o rosto coberto por um lenço e o corpo sujo de tinta.
A manifestante, que se identificou como Maria, disse estar representando o movimento feminista."O Estado é laico, o corpo é meu", gritou ela dentro da comissão.  "Esta é uma intervenção artística em defesa das mulheres que morrem todos os dias após serem estupradas ou realizarem aborto", disse a manifestante.
Após Maria ter sido retirada da sala, outro grupo que também acompanhava a audiência levantou cartazes contra o aborto e em defesa da família. Um dos cartazes dizia:   "Deixem as crianças viverem". O grupo se manifestou em silêncio.
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Manifestante protestou pelo direito ao aborto nesta quarta (4) na Câmara (Foto: Felipe Néri/G1)
Manifestante protestou pelo direito ao aborto nesta
quarta (4) na Câmara (Foto: Felipe Néri/G1)
Protestos
Desde que membros da Comissão de Direitos Humanos elegeram o deputado Marco Feliciano, que é pastor evangélico, para presidir o colegiado, representantes de movimentos sociais e grupos em defesa das minorias se reuniram na Câmara durante várias semanas para protestar contra o parlamentar. Feliciano foi alvo de críticas devido a declarações polêmicas nas redes sociais sobre o continente africano e gays.

Os protestos diminuíram ao longo do segundo semestre, mas a manifestação desta quarta foi a segunda somente nesta semana. Na tarde de terça-feira, um grupo que realizava ato nos corredores da Câmara a favor da aprovação do Marco Civil da Internet reagiu no momento em que Marco Feliciano passou pelo local. Dezenas de pessoas gritaram “Fora, Feliciano!” enquanto o parlamentar caminhava em direção ao plenário.

Entre as propostas polêmicas aprovadas na comissão este ano está a que permite que igrejas vetem a entrada de homossexuais em seus templos.  O colegiado também já aprovou proposta que autoriza a psicólogos realizarem tratamentos para reverter a homossexualidade de pacientes.

Felipe NériDo G1, em Brasília

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