Nem o mais otimista dos corintianos poderia imaginar que um estreante na Libertadores salvaria o time de uma derrota no primeiro jogo da final. Romarinho saiu do banco de reservas, marcou o gol de empate em plena Bombonera e garantiu o placar de 1 a 1 no duelo contra o Boca Juniors, nesta quarta-feira.
O time deu mais um passo rumo ao título mais esperado em 101 anos. São 90 minutos e uma
vitória simples no próximo dia 4, no Pacaembu, que separam a Fiel do mais sonhado grito de campeão. Qualquer resultado de igualdade leva a decisão para a prorrogação, já que o critério de desempate de gols marcados fora de casa não vale para a final. Se o resultado se mantiver, a partida vai para a disputa de pênaltis.O Corinthians foi testado desde o início do dia na capital argentina. O período da tarde foi agitado com uma greve de trabalhadores perto de onde a delegação alvinegra estava hospedada, na região central da cidade. Várias ruas próximas ao hotel corintiano ficaram interditadas, com passeatas, caminhões de som, e milhares de pessoas gritando contra o governo. No trajeto até o estádio, o ônibus da delegação ainda foi alvo de pedradas. Mas nada que afetasse o desempenho em campo.
Jogando com o apoio de 47550 mil torcedores, o Boca tomou a iniciativa da partida com o domínio da posse de bola. Usava bem a passagem dos laterais e jogava bola na área, mas encontrou um adversário bem à maneira de seu comandante: equilibrado.
Sem se assustar com o caldeirão da Bombonera, o Corinthians segurou o ímpeto inicial e começou a se soltar. Pressionou a saída de bola e explorava bem sua melhor característica, a marcação, com uma linha de quatro na defesa bem protegida por Ralf e Paulinho.
E foi de Paulinho o primeiro chute perigoso da partida. Após passar por Schiavi, o meia chutou para Orion espalmar. Emerson também não quis passar despercebido. Diferentemente do apagado trio formado Danilo, Alex e Jorge Henrique, o Sheik assustou a defesa. No entanto, ficou mais marcado pelos desentendimentos com rivais, que custou cartões amarelos para Riquelme e Roncaglia - este, inclusive, poderia ter sido expulso
O Corinthians aproveitava bem as oportunidades no contra-ataque levando perigo ao gol de Orion. Mas viu o Boca melhorar e por pouco não abrir o placar no belo voleio de Santiago Silva aos 33 minutos. Para sorte da Fiel, o questionado Alessandro estava lá para interceptar.
Ainda no primeiro tempo, Jorge Henrique sentiu um desconforto na coxa e foi substituído por Liedson. No intervalo, Cassio resumiu bem o espírito do time. “A pressão é lá fora, aqui dentro tem que ter tranquilidade. Um jogo difícil, é decisão de Libertadores, vamos continuar tendo atenção”.
O segundo tempo foi bem mais eletrizante e aberto. A bronca no vestiário parece ter surtido efeito e o Boca voltou bem mais agressivo para o segundo tempo obrigando o Corinthians a recuar em seu campo de defesa.
A equipe brasileira já não dava os mesmos sinais de maturidade e apresentava até certa sonolência ao dar espaços ao experiente Boca Juniors. A postura alvinegra fez Cassio trabalhar bastante e exigir de cada centímetro de seus 1,95 m.
Os comandados de Tite até tentavam chegar nos contra-ataques, mas era dominado pelo time da casa que contava com sua ensurdecedora torcida. O esforço foi premiado com um gol 'chorado' e polêmico de Roncaglia que Chicão tentou salvar com a mão.
O trauma da Libertadores parecia voltar a atormentar os corintianos, mas Romarinho vivia dia iluminado. Três minutos depois de entrar no lugar de Danilo, recebeu de Sheik e teve frieza de tetracampeão ao tocar na saída de Orion aos 40 minutos. Já nos acréscimos, Viatri acertou a bola no travessão de peixinho causando calafrios à Fiel, mas Cvitanich não aproveitou a sobra.
Tite ainda teve tempo de substituir Alex por Wallace, mas o árbitro apitou o fim do jogo e decretou o empate para alívio e delírio da torcida corintiana.
esporte.uol
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