A Série D do Brasileirão começa no próximo domingo. No entanto, a Série C segue sem uma definição concreta, e estas duas novelas não deixam somente os torcedores envolvidos preocupados. Os dirigentes estão lutando e suando para conseguirem manter as contas em dia. Para os clubes cearenses,
o prejuízo financeiro somado já ultrapassa R$ 1,6 milhão.O maior clube cearense envolvido com a paralisação da Série C é o Fortaleza. A diretoria já afirmou as dificuldades em pagar a folha - que gira em torno dos R$ 500 mil - e que teve que contar com a ajuda de amigos e parceiros mais próximos para não acumular dívidas.
- Graças a Deus, mais um mês foi pago. Com a ajuda daqueles que amam a instituição conseguimos deixar todos os funcionários, jogadores e comissão técnica em dia - disse o presidente do Fortaleza, Osmar Baquit.
A dificuldade em pagar não é o único problema no Tricolor. A diretoria esperava arrecadar cerca de R$ 200 mil com as duas partidas que já teriam sido realizadas em casa desde o início da Série C, no calendário antigo. Com a falta de jogos, o programa de sócio-torcedor do clube também está prejudicado. O índice de inadimplência é hoje de 46% no sócio que paga por meio do boleto, o que representa 5% do total.
Somados, os prejuízos do Fortaleza chegam perto dos R$ 725 mil. Ainda assim, o clube não dispensou ou perdeu jogadores, como ocorreu com o Horizonte, por exemplo. O Galo do Tabuleiro teve que se desfazer de seis atletas para enxugar um pouco a folha salarial. Foram embora do Horizonte os zagueiros Rafael, Jó e Zezé, os volantes Odair e Pedro Bambu, além do meia Djalma.
A redução na folha deixou o Horizonte com custo mensal de R$ 150 mil. Este é o atual prejuízo do clube que, com a liberação do STJD, finalmente, vai entrar em campo no próximo domingo, às 16 horas, contra o Ypiranga-PE, fora de casa.
- Todo esse tempo sem jogar acabou prejudicando nosso pagamento, então nosso prejuízo atual é pagar essa folha salarial - informou o diretor de futebol do Horizonte, Jeferson Carlos.
O Guarany de Sobral também está com grande prejuízo. Dois atletas - o goleiro Fábio e o meia Madson - pediram para sair, segundo informações do presidente do clube, Luizinho Torquato. O dirigente classifica a atual situação financeira do clube como 'horrível'. Foram R$ 226 mil para montar a equipe, são R$ 228 mil de folha mensal e mais outras despesas de aproximadamente R$ 58 mil, o que somados estão um pouco acima dos R$ 500 mil.
- Não tem nada bom acontecendo no momento. Estou é torcendo para que mais gente peça pra sair porque a situação está horrível - declarou Luizinho Torquato.
No Icasa, que caiu da Série B para a Série C, os prejuízos ainda não foram somados exatamente, mas o diretor de futebol do clube, Ocílio Costa, acredita que passem dos R$ 250 mil. No Verdão, a dificuldade em conseguir pagar a folha salarial é semelhante aos outros times cearenses envolvidos na paralisação das competições. O dirigente alviverde aguarda, também como os os outros, o fim da novela para que a CBF não acabe tendo que arcar com estes prejuízos.
- Nossa expectativa é que se encerre o mais rápido possível. Se isso se estender, eu acredito que a CBF vai ter que arcar com os prejuízos para todos os clubes - disse Ocílio Costa.
Por Diego MoraisFortaleza, CE
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