O neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis divulgou na noite desta sexta-feira (11) em sua página do Facebook um vídeo que mostra o joelho robótico do Projeto Andar de novo (Walk Again Project).
O equipamento integra o exoesqueleto que pretende fazer um jovem paraplégico dar o pontapé inicial da Copa do Mundo de 2014.
Nicolelis enfatiza que eram “as primeiras flexões e extensões do joelho, geradas por um sistema hidráulico-elétrico”. “O sonho começa a sair do papel e virar realidade”, complementa o brasileiro (veja o vídeo).
Na semana passada, o G1 divulgou que o neurocientista vai iniciar no país, entre o fim de outubro e o início de novembro, testes com humanos do exoesqueleto, um aparelho que envolve os membros paralisados – no caso de um paraplégico, as pernas.
O equipamento pode ser conectado diretamente ao cérebro do paciente, que então controlaria as partes mecânicas como se fossem membros de seu próprio corpo. Dessa forma, seria perfeitamente possível que um paraplégico chutasse uma bola.
Testes no Brasil
O pesquisador explicou que pequenos experimentos já foram feitos com humanos, com partes do equipamento.
"No Brasil, os testes vão começar entre o fim de outubro e o começo de novembro. Já testamos as articulações, os motores e o controle neural, e agora tudo isso está sendo montado, finalizado. Na simulação, [o exoesqueleto] funcionou bem, mas agora o desafio é colocar a veste completa, com articulações e movimentos", disse.
Segundo ele, experimentos com voluntários serão feitos na Associação de Assistência à Criança Deficiente (AACD) em São Paulo, onde também passará a funcionar até o fim deste mês um laboratório dirigido por Nicolelis. Dez pessoas já foram selecionadas e vão participar dessa nova fase da pesquisa.
Cerca de cem cientistas americanos, europeus e brasileiros trabalham no Walk Again Project. O projeto é uma parceria entre a Universidade Duke e instituições de Lausanne (na Suíça), Berlim e Munique (ambas na Alemanha), Natal e São Paulo.
A técnica faz parte de uma linha de pesquisa conhecida como "interface cérebro-máquina", com a qual Nicolelis já obteve resultados internacionalmente relevantes. Em um dos mais importantes, o neurocientista fez com quemacacos não só controlassem uma mão virtual, como também sentissem uma espécie de tato quando exerciam a atividade.
Do G1, em São Paulo
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