Você já ficou preso no trânsito? Quase enlouqueceu? Pensou em sair voando? Pois essa pode ser a tão sonhada solução. O Fantástico apresenta o que um japonês inventou para fugir dos engarrafamentos.
A cidade de Matsumoto fica a 220 quilômetros de Tóquio. Lugar tranquilo, com quase 250 mil habitantes. O símbolo maior é o castelo, que começou a ser construído em 1504. Monumento nacional, é cenário para noivos em trajes típicos. E por causa do tom escuro, recebeu o apelido de
"Castelo do Corvo", ave muito comum por lá. O Castelo de Matsumoto nunca vai perder a sua majestade, mas a cidade está prestes a ganhar um novo símbolo. Que também lembra um pássaro, não por causa da cor, mas porque voa.
É uma máquina. No chão, a gente nem acredita. Sem computador de bordo, motor cheio de fios aparentes. Mas que ninguém se engane: tanta simplicidade pode ser capaz de realizar um sonho que muita gente tem: você já pensou em ter um helicóptero só seu?
O Fantástico veio conhecer o GEN-H4, que quer revolucionar o jeito de o homem comum se locomover. Para que enfrentar engarrafamentos? Ou qual a melhor maneira de acompanhar o crescimento da lavoura, a colheita da safra? Voar pode ser uma resposta simples - e é, se depender do que sai dessa fábrica.
A empresa é pequena e nasceu para fabricar peças e equipamentos para outras indústrias da região de Matsumoto. Mas foi neste espaço que Gennai Yanagisawa começou a tocar o projeto do mini-helicóptero.
Faz 38 anos e os primeiros modelos de hélice e de estrutura frágil ainda estão lá, para contar história. O senhor Gennai explica que o que está sendo testado já está na quarta geração.
A diferença básica para um helicóptero comum é que o japonês não tem rotor de cauda. As duas hélices principais giram em sentido contrário e em velocidades diferentes, fazendo com que o pequeno consiga voar.
O combustível fica na parte de trás e é uma mistura de gasolina e óleo, impulsionando quatro motores de 125 cilindradas cada.
O painel de controles não poderia ser mais simples. Tem um instrumento que mede o número de rotações por minuto. Quatro botões que ligam os quatro motores e o acelerador. Seria um sonho pilotar esse helicóptero, mas neste momento, no Japão, apenas alguns privilegiados têm esse direito.
Iastochi Yokoyama é um deles. Tem 55 anos, era piloto de ultraleve e não quer outra vida. Antes de cada voo, ele gosta de ajustar a posição de decolagem, no braço mesmo, já que o minicop pesa apenas 75 quilos.
Segundo ele, qualquer um pode aprender com poucas horas de treino. Ele diz que não teve medo nas primeiras vezes, e sim "preocupação", por não saber como a parte técnica, os controles, se comportariam durante o voo.
Parece ser muito estável e preciso nas manobras. Sobre a cabeça de Yokoyama tem uma proteção de acrílico: é para não respingar óleo quente durante o voo.
Como o helicóptero ainda está em fase de testes, neste momento ele alcança uma velocidade máxima de apenas 60 km/h. Mas pode subir bem, até 1.500 metros de altitude.
Nada seria obstáculo. Nem o preço: hoje é salgado, cerca de R$ 165 mil. Mas ao entrar em produção e ser feito em escala, esse valor poderia cair para R$ 22 mil - mais barato que carro popular.
O senhor Gennai até imaginou as adaptações nas cidades. Os estacionamentos seriam divididos: na parte de baixo, carros e motos - no terraço, pontos de pouso para os mini-helicópteros, que circulariam sobre avenidas e rios.
Tão incrível quanto o invento é o inventor. Gennai Yanagisawa tem 80 anos. Trabalha todos os dias e já pensa em outro modelo para duas pessoas.
Sorrindo, ele diz: “Adoro oferecer novas ideias. Fazendo o que gosto, não envelheço”.
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