segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Açudes do CE atingem piores índices de armazenamento da história


A seca prolongada e a chuva abaixo do esperado intensificam os efeitos da estiagem na região Nordeste. De acordo com a Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh), em 2013, os açudes cearenses têm registrado os piores níveis de armazenamento da história do Ceará. Dos 139 açudes monitorados, mais da metade dos reservatórios está com volume inferior a 30% da capacidade.
Em Quixeramobim, a 220 quilômetros de Fortaleza, o maior açude da cidade tem abastecido
também dois municípios vizinhos e está  com apenas com 23% da capacidade total. O agricultor Antônio Freitas da Silva mora há 35 anos no município e diz nunca ter visto uma época tão seca. Ele plantou milho e feijão, mas lamenta a safra que foi praticamente toda perdida. "Aqui na nossa localidade e nos vizinhos, foi muito pouca chuva. Eu perdi 90% da plantação", afirma.
No Ceará, dos 184 municípios, 176 já decretaram situação de emergência. O caso é mais grave na Região Jaguaribana e nos sertões dos Inhamuns e Central, onde, segundo a Defesa Civil, moram dois milhões e meio de pessoas.
Segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), em 2013, em todo Ceará, choveu 50% menos do que  a média histórica para a época, que é de 849 milímetros. Os agricultores dizem que, em muitos locais, a água disponível para os animais deve acabar nos próximos dias. "Se não tiver inverno, não tem como a gente ficar aqui. Não tem água e, sem água, a gente não vive", diz a dona de casa Lucinelda Alves.
Em Canindé, a 110 quilêmetros de Fortaleza, o Açude Souza está praticamente seco e obriga quem vive no local a economizar a água que ainda resta nos tambores. Se não chover até o início de 2014, o medo dos moradores é de racionamento. O engenheiro agranômo da Comissão de Defesa Civil de Canindé, José Tarcísio do Rêgo, afirmou que a necessidade de um racionamento será avalida para imediato ou para os próximos meses.
Até lá, os sertanejos procurar alternativas. Sebastião Rodrigues, por exemplo, compra uma parte da água e consegue a a outra em um posto. Já Mauro de Paulo Soares, percorre todos os dias 1km e meio para buscar água para os familiares.
De acordo com o coronel Élcio Queiroz, membro do Comitê Integrado de Combate à Seca, há um planejamento para ações de carro-pipa antes que os açudes entrem em colapso. Ele reconhecem que houve problemas de regularidade no abastecimento por causa da transição de o de um contrato para o outro de uma empresa.
Segundo ele, adutoras emergencias devem substutuir os carros-pipa onde há maior quantidade de pessoas. "Essa situação requer muito mais que a mobilização governamental, e sim, uma mobilização social também".
Do G1 CE

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