Mais de 58 mil crianças entre 10 e 14 anos trabalham ilegalmente no Ceará de acordo com Ministério Público do Trabalho no estado. Segundo o procurador do Trabalho, Antonio de Oliveira Lima, que fez o levantamento, 6,94% das crianças nessa faixa etária trabalham. A cidade de Deputado Irapuan Pinheiro,
no interior do Ceará, tem o maior índice percentual de crianças trabalhando. Na cidade, segundo o procurador, 23,3% das crianças entre 10 e 14 anos trabalham.Antonio de Oliveira ressalta que nem todos os casos de trabalho infantil se configura como crime, mas são ilegais. "Depende de como a criança trabalha para ser considerado crime. Quando é abuso, exploração ou trabalho pesado, ele é crime", diz. A lei permite que crianças de 14 anos trabalhem de forma legal na condição de menor aprendiz. No entanto, segundo Antonio de Oliveira, apenas 2% dos cearenses de 14 que trabalham são menores aprendizes.
Os municípios de Cruz (20,12%), Caririaçu(19,57%), Quiterianópolis (19,05%) e Salitre (18,54%), depois de Deputado Irapuan Pinheiro, formam os cinco com maiores índices de trabalho infantil no estado. Ainda conforme o levantamento, Fortaleza tem 8.519 crianças nessa faixa etária trabalhando.
Para combater o número considerado alto de crianças trabalhando no Ceará, o Ministério Público do Trabalho no Ceará lança nesta terça-feira (5) a campanha “Vamos acabar com o trabalho Infantil”. O evento terá a presença de coordenadores do Programa de Educação contra a Exploração do Trabalho da Criança e do Adolescente (Peteca), coordenado pelo MPT.
“O Ministério Público está fazendo a sua parte. Desde o início de maio estamos percorrendo todas as regiões do estado em caravana a fim de cobrar compromisso dos municípios com uma política mais eficaz pela erradicação do trabalho infantil”, disse o procurador do trabalho Antonio de Oliveira Lima.
o Ministério Público do Trabalho destaca que entre 2000 e 2010 o Ceará reduziu o número de crianças trabalhando. De acordo com o MPT, com base em dados do Censo, em 2010 havia 81.650 crianças e adolescentes de 10 a 14 anos em situação irregular de trabalho no Ceará e de 1.142.437 no Brasil. Segundo dados de 2010, havia 58.825 crianças na mesma faixa etária trabalhando ilegalmente no Ceará e 1.068.568 no Brasil.
Antonio de Oliveira diz ainda que o trabalho infantil é um dos principais fatores que influenciam na evasão escolar. "Nós trabalhamos e informamos às secretarias de Educação municipais para priorizar a educação e trabalhos culturais e esportivos com os alunos. O trabalho não pode tirar a criança da escola", diz.
O lançamento da campanha “Vamos acabar com o Trabalho Infantil" ocorre nesta terça-feira (4) às 13h no Auditório do Centro de Treinamento do Banco do Nordeste do Brasil (BNB), na Avenida Parajana, 5700, Bairro Passaré.
André TeixeiraDo G1 CE
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