Cientistas da universidade de Harvard, nos Estados Unidos, tentam descobrir como as abelhas conseguem se manter no ar com condições meteorológicas adversas para aplicar seus resultados no projeto de "microaviões", informou nesta quinta-feira (19) uma revista britânica.
A pesquisa, divulgada no Journal of Experimental Biology, analisa o voo de certas abelhas e
besouros para descobrir como conseguem se manter suspensas no ar enquanto colhem o pólen, inclusive com fortes ventos.
Segundo os cientistas, os resultados de sua pesquisa poderão ser aplicados posteriormente no setor da aerodinâmica, uma vez que aviões de microdimensões podem imitar a técnica destes insetos para também se manterem estáveis em condições adversas.
A equipe, liderada por Sridhan Ravi, gravou o voo das abelhas enquanto entravam em um túnel de vento, cuja intensidade e velocidade podiam ser controlada pelos cientistas.
"Como todos já comprovamos, tanto a velocidade como a direção do vento são muito variáveis, por isso se manter estável no ar pode ser um desafio", disse o chefe do projeto em entrevista à rede britânica BBC.
"Os melhores 'microaviões' disponíveis atualmente, de menos de 25 centímetros, lutam para se manter no ar inclusive quando só existe uma leve brisa. No entanto, estes insetos parecem ser capazes de voar inclusive em condições extremas", acrescentou.
Após filmar as abelhas com câmaras de alta tecnologia, os cientistas reproduziram seu voo em velocidade lenta e descobriram como sua energia e seus movimentos se ajustavam segundo o fluxo de ar ao qual enfrentavam.
Estas gravações revelaram que as abelhas reduziam sua velocidade quanto mais instável era o vento, o que lhes permitia dedicar a energia à correção da direção de seu voo.
"As abelhas se movimentavam bastante para os lados antes de mudar de rumo e poder corrigir as turbulências do vento", explicou Sridhan Ravi.
Os cientistas concluíram que uma melhor compreensão de como os insetos enfrentam estas turbulências ajudaria bastante a melhorar a estabilidade dos pequenos aviões.
Além disso, a equipe de Harvard planeja realizar mais pesquisas com diferentes insetos para identificar como a carga de pólen ou de mel influi sobre a estabilidade do voo das abelhas.
Em Londres
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