quinta-feira, 9 de maio de 2013

Mulher que acusa pastor de estupro diz que teme por sua família

Trecho de depoimento de suposta vítima de abuso sexual por parte do pastor Marcos Pereira, da Assembleia de Deus dos Últimos Dias

Uma das mulheres que acusa de estupro o pastor Marcos Pereira, preso na noite de terça-feira (7), afirmou temer pela segurança de sua família após ter realizado a denúncia. A mulher, que tem medo de se expor, pede que não sejam feitas fotos dela. "Saímos de lá [da igreja], mas não deixamos de acreditar em Deus.
 Não sou só eu, não sou sozinha. A gente tem filhos, família e fica com medo", disse à reportagem do UOL. "A gente é uma formiguinha na frente de um batalhão."
"Tem coisas que é muito complicado falar, mas eu resolvi denunciar para que isso sirva de alerta e outras mulheres não sofram com isso", explica, sob o olhar atento da filha mais velha. 
Segundo o depoimento da mulher, ela morou em um abrigo da Assembleia de Deus dos Últimos Dias e, lá, foi obrigada a fazer um "Conserto Espiritual", que consistia em contar ao Pastor detalhes de sua vida pessoal, como dizer se era virgem e se já havia namorado.
Ela contou à polícia detalhes dos abusos que sofreu durante dois anos, sempre dentro da igreja. Segundo ela, o pastor a procurava sempre que ela estava brigada com o marido. Além disso, ela falou também, em depoimento, sobre uma suposta lavagem de dinheiro que o pastor faria na Assembleia.
"Que o pastor Marcos recebia o dinheiro dos traficantes, nos valores entre R$ 15 mil e R$ 20 mil e entregava CDs e DVDs no intuito de se resguardar na lavagem de dinheiro; que o pastor dizia aos membros da sua congregação que estava vendendo os CDs para evangelização e não pegando o dinheiro com o tráfico", explica no depoimento.
A mulher a família deixaram a igreja há quatro anos e, segundo depoimento dela, tiveram que passar por "tratamento psicológico constante para tentar uma vida normal".
Julia Affonso
Do UOL, no Rio

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