quinta-feira, 23 de maio de 2013

EUA: família de brasileira usa abrigo subterrâneo e escapa do tornado


Dois dias depois da passagem do tornado que devastou a cidade de Moore, no estado americano de Oklahoma, os correspondentes Júlio Mosquéra e Sherman Costa encontraram moradores que perderam tudo na tragédia.
Passado o susto, as pessoas têm pressa para retomar a rotina. Trabalhadores tentam
restabelecer a energia, mas ainda há 18 mil casas sem luz em Moore. Lá, 33 mil pessoas foram afetadas pelo tornado.
Nas dezenas de abrigos improvisados, voluntários distribuem água e comida para os moradores. Celine foi buscar roupas para os filhos. “É tudo tão chocante. Tudo tão dramático”, diz.
A fila é um exemplo da solidariedade do americano em momentos de dificuldade. Todos no local são voluntários para ajudar na limpeza do cemitério, que ficou muito danificado depois da passagem do tornado.
Mutirões de limpeza como são vistos em vários pontos da cidade. Moradores da região retornaram nesta quarta-feira para buscar os poucos pertences que sobraram em meio aos escombros. Roupas, álbuns de família, lembranças das 2,4 mil casas que viraram entulho.
Melissa Gomes é brasileira, e veio ajudar a mãe a resgatar alguns objetos. Mas as duas não puderam entrar no condomínio, por questão de segurança. Dawn é americana e morou mais de 20 anos no Brasil. A foto que tirou logo após a passagem do tornado mostra que, da casa, só sobraram destroços.
O carro da filha ficou destruído. E Dawn só se salvou porque buscou refúgio em um abrigo subterrâneo. “Primeiro você ouve ele chegando. É um barulho tipo uma máquina gigante. Você desce lá, tranca a porta. E a pressão está tão grande, quando está passando por cima, como se fosse um avião caindo. Seu ouvido começa a estourar. É aquele barulho das coisas caindo, do vento. É terrível. É surreal”, conta.
Assim como Donna, quem buscou refúgio em abrigos subterrâneos sobreviveu. Mas esse tipo de construção é raro porque o solo de Moore é propício a alagamentos.
Como a maioria das moradias tem estrutura de madeira, outra recomendação é construir um abrigo de concreto dentro de casa. No ano passado, o estado de Oklahoma recebeu 16 mil pedidos de ajuda de custo para construir um cômodo reforçado em casa, mas só subsidiou 500 abrigos.

Assim como a maior parte das escolas da região, os dois colégios de ensino fundamental de Moore não tinham uma área segura para o refúgio. A escola Briarwood e a escola Plaza Towers foram totalmente devastadas.

No Vaticano, o Papa Francisco pediu para que os fiéis rezem pelas vítimas, especialmente pelas crianças que morreram.
Mesmo com pouca esperança, as autoridades continuam a busca por sobreviventes. Os prejuízos devem ultrapassar o equivalente a R$ 2 bilhões.
O comércio de boa parte da cidade está fechado. Áreas foram isoladas. Muitas lojas vão levar meses para serem recuperadas, como um shopping, que foi arrasado pelo tornado. Uma construção sólida que não conseguiu resistir aos ventos de mais de 300km/h.
Jornal Nacional

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