Os irmãos Daniel e Cristian Cravinhos de Paula e Silva, condenados pela morte dos pais de Suzane von Richthofen, serão beneficiados pela saída temporária do Dia das Mães. Eles devem deixar a penitenciária Doutor José Augusto Salgado, a P2 de Tremembé (SP), nesta
sexta-feira (10). Os irmãos, presos desde 2002, deixam a unidade pela primeira vez.
A previsão é que eles saiam durante o período da manhã. O retorno deles está agendado para a próxima quarta-feira (15).
A autorização judicial para a saída dos irmãos foi concedida nesta quinta-feira (9) pela juíza Wania Regina Gonçalves da Cunha, da Vara das Execuções Criminais (VEC) de Taubaté, três meses depois da juíza Sueli Zeraik de Oliveira Armani atender ao pedido da defesa dos irmãos de progressão de regime. Eles passaram na ocasião, do regime fechado para o semiaberto, que dá direito a benefícios como a saída temporária.
Os irmãos Daniel e Cristian foram condenados em 2006 em júri popular. Daniel, na época namorado de Suzane, com quem planejou o assassinato dos pais dela, foi condenado a 39 anos e seis meses o irmão, Cristian, a 38 anos e seis meses em regime fechado.
Os advogados dos irmãos Cravinhos, Geraldo Jabur e Gislaine Jabur, foram procurados peloG1, mas não retornaram as ligações até a publicação desta reportagem.
Bom comportamento
Segundo o Tribunal de Justiça, para conceder a progressão de regime em fevereiro, a magistrada levou em consideração o bom comportamento carcerário, atestado pelo diretor da unidade prisional.
O Ministério Público também apresentou parecer favorável a progressão do regime fechado para o semiaberto. Segundo a promotoria, não havia nenhum argumento que fosse contra o pedido dos irmãos Cravinhos. Desde então, os irmãos foram transferidos para o pavilhão de regime semiaberto da P2, onde ficaram em observação por 40 dias.
Na época do crime, em 2002, Daniel Cravinhos era namorado de Suzane, com quem planejou o assassinato dos pais dela. O crime aconteceu na casa da família de Suzane, na zona sul deSão Paulo. Manfred e Marísia Richthofen eram contra o namoro da filha Suzane com Daniel Cravinhos.
Os pais de Suzane foram assassinados enquanto dormiam em sua mansão na Rua Zacarias de Góis, no Brooklin. O casal levou golpes de barras de ferro na cabeça e Marísia ainda foi asfixiada com uma toalha e um saco plástico.
Suzane von Richthofen
Em 21 de março deste ano, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) negou pedido de progressão para o regime semiaberto formulado pela defesa de Suzane von Richthofen. Com a decisão, ela continua presa em regime fechado em Tremembé. Na cadeia, Suzane convive com outras detentas envolvidas em casos de grande repercussão, como Anna Carolina Jatobá, condenada pela morte da menina Isabella Nardoni e Elize Matsunaga, acusada pela morte do executivo da Yoki, Marcos Matsunaga.
A Sexta Turma manteve a decisão individual tomada pelo ministro OG Fernandes em junho de 2011. A defesa recorreu ao STJ depois de ter pedidos semelhantes negados pela Justiça de Taubaté e pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.
No pedido ao STJ, a defesa apontou que Suzane estava apta para o processo de ressocialização e questionou decisão do TJ de São Paulo que afirmou que Suzane mostrou imaturidade, egocentrismo, impulsividade, agressividade e falta de remorso.
O relator, ministro Og Fernandes, destacou que a jurisprudência do STJ admite a realização de laudo criminológico para formar sua progressão. O voto dele foi acompanhado pelos outros quatro ministros que formam a Sexta Turma.
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