A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) deve ser responsabilizada criminalmente pelo acidente envolvendo um ônibus e um carro ocorrido na tarde desta terça-feira na zona sul de São Paulo, segundo o advogado Julio Cesar Neves, que defende o motorista do ônibus.
Neves afirma que o semáforo da avenida Vereador José Diniz, na altura da rua Demóstenes, estava desligado no momento do acidente.
A batida causou a morte do empresário suíço Alfred Schorno, 67, e de sua secretária, Anna Camilla Nyarady, 57, que estavam no automóvel. O motorista do ônibus foi indiciado por homicídio doloso (com intenção).
A informação de que o semáforo estava apagado foi confirmada por uma testemunha que não quis se identificar.
Dois fiscais da SPTrans (empresa que gerencia o transporte) que estavam no local disseram ter registrado o problema no semáforo cerca de 15 minutos antes do acidente. Eles afirmam que nenhum agente da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) estava no local no momento da batida.
A CET afirmou por meio de nota que está verificando o que ocorreu com o semáforo.
O advogado afirma ainda que o motorista não estava acima dos 50 km/h. O ônibus era dirigido por Jonas Santana da Silva, 26. Segundo o advogado, ele era motorista há três anos e nunca havia se envolvido em acidentes.
O tacógrafo do ônibus (instrumento que armazena informações do veículo) apontou que, no momento da batida, ele estava a 50 km/h. Mas, segundo o delegado, ele havia começado a frear cerca de 20 metros antes, o que indica que o ônibus trafegava acima da velocidade máxima do corredor --50 km/h.
A velocidade exata ainda será levantada pela perícia da Polícia Científica.
Jonas foi indiciado por homicídio doloso (com intenção) e não tem direito a fiança. Ele passará a noite no 27º DP (Ibirapuera).
Seu advogado disse que a prisão foi um exagero e que vai entrar com representação na ouvidoria e na corregedoria da Polícia Civil. Segundo ele, Jonas deve responder por homicídio dulposo (sem intenção). Neves disse ainda que vai pedir que a Justiça estabeleça fiança para o motorista.
A SPTrans disse que "os motoristas envolvidos em acidentes são afastados preventivamente em qualquer acidente, até que sejam verificadas as razões do ocorrido, o que foi aplicado no acidente de hoje".
O ônibus envolvido fazia a linha 5362/10 Praça da Sé - Pq. Res. Cocaia e será lacrado e enviado para vistoria.
Fonte:Folha.com
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