Apesar da suspensão, por ordem judicial, da vigília programada para iniciar na noite desta sexta-feira (13) no templo da Igreja Mundial do Poder de Deus próximo da via Dutra em Guarulhos, fiéis da religião foram até o local e provocaram congestionamento nas proximidades, devido ao grande volume de veículos.
Segundo a Nova Dutra, concessionária que administra a rodovia, o congestionamento começou por volta das 20h e atingiu o pico por volta das 22h15, quando a fila de veículos chegou a cinco quilômetros, estendendo-se do trecho de acesso ao megatemplo - na avenida Monteiro Lobato, altura do quilômetro 219 - até o quilômetro 224. Por volta das 23h30, o trânsito foi normalizado.
Nenhum representante da religião foi localizado para comentar o não cumprimento da decisão judicial, motivada por uma ação popular devido aos transtornos provocados na Dutra na inauguração do templo, em 1º de janeiro, quando a rodovia ficou paralisada por seis horas, comprometendo o acesso ao aeroporto de Cumbica.A proibição da realização do megaevento foi requerida à Justiça pelo vereador Geraldo Celestino (PSDB) e concedida pelo juiz Rafael Tocantins Maltez. O magistrado estipulou ainda multa de R$ 100 mil à igreja em caso de desrespeito à sua decisão.
Após congestionamento, igreja prepara novo evento hoje na Dutra
Justiça suspende evento em megatemplo na Dutra
"Certo que existe a liberdade de consciência religiosa e o direito de exercício de culto e respectiva liturgia. Contudo, em tal direito não está incluída a instauração de caos em local situado em cidade-chave para a população do Estado de São Paulo", afirmou o juiz.
Na decisão, o juiz afirma que a própria igreja divulga que o templo tem capacidade para 150 mil pessoas, embora o alvará de funcionamento estipule público máximo de 30 mil.
ESTACIONAMENTO
Para tentar reduzir os efeitos do evento, a Prefeitura de Guarulhos informou mais cedo que iria disponibilizar cerca de mil vagas de estacionamento para ônibus fretados.
O plano, que inclui ainda 3.100 vagas para carros, foi apresentado na quarta-feira (11) durante uma reunião de administração com representantes da igreja, polícias rodoviárias Estadual e Federal, Infraero (estatal que administra o aeroporto), Corpo de Bombeiros e a Polícia Militar.
No dia 1º, ônibus com fiéis estacionaram no acostamento da rodovia, prejudicando o tráfego e a segurança dos motoristas e pedestres.
Na quarta, o Ministério Público instaurou um inquérito civil para apurar as responsabilidades pelo congestionamento.
Após pedido da Polícia Rodoviária Federal, a Promotoria ainda recomendou à Justiça a interdição do templo.
Fonte:Folha.com
FRANCISCO DE LIMA GOMES, disse:
ResponderExcluirMe perdoem os paulistanos mas o que merece destaque é a mobilização pacífica e plural dos evangélicos. Quem reduziu os 8 milhões de Km2 do Brasil a São Paulo e Rio foram os evangélicos? Não! Foi o provincianismo lusitano que a Igreja Católica ajudou a perpetrar e perpetuar por aqui. Um imenso e dadivoso país reduzido a duas megametrópoles. Essa é que deve ser cotidianamente foco da nossa repugnância e motivo de mobilidade. Sacudindo essa concentração de gente e recursos das grandes cidades, denunciando a falta de transporte coletivo urbano digno, estimulando as comunidades a que sejam o principal agente do próprio desenvolvimento. Então, acabaremos com essa mentalidade virulenta do "beija mão": dependência do papa, do bispo, do governador, do presidente, de Brasília. Os amontoados serão reduzidos a proporções racionais juntamente com os congestionamentos.
Os reclames são casuísticos, apenas.