O padre cearense Haroldo Coelho, de 76 anos, disse estar "triste" com a morte de Muammar Kadhafi. O ex-ditador líbio foi capturado e morto nesta quinta-feira (20). O religioso classificou a morte como um "assassinato" e afirmou estar "totalmente indignado" com as comemorações pelo mundo.
"Essa alegria, esse salto manifesta muito bem a maldade daqueles que derrubaram o Kadhafi. Você poderia até divergir. Mas comemorar não é ato cristão nem de nenhuma religião", criticou o padre.
Além de seguir a vida religiosa, Haroldo Coelho. O padre participa ainda do chamado movimento pela democracia direta, baseado no "Livro Verde" de Kadhafi, utilizado desde a década de 1970 como espécie de constituição do país.
Por conta dessa simpatia, o padre viajou à Líbia em julho do ano passado. "O embaixador da Líbia soube que eu era um simpatizante da causa de Kadhafi e me convidou para as comemorações dos 40 anos da revolução deles".
De acordo com ele, o próprio ditador teria enviado convite para que Haroldo Coelho visitasse aquele país. "Ele vibrou com o meu apoio. 'Um padre católico me apoiando é muito bom'", afirmou Haroldo Coelho, que cultiva cartazes e fotos do ex-presidente líbio em casa.
O padre passou dez dias na Líbia e na ocasião disse ter tido a oportunidade de conhecer o sistema político da nação, de conversar com jovens e de ter ido a universidades. "Ele (Kadhafi) estava preparando uma conferência que ia haver, por isso não o vi pessoalmente. Mas ele sabia quem sou eu", disse. Para ele, Kadhafi não era um ditador, mas um "governador". "Quem governava a Líbia eram os comitês populares", afirmou.
Haroldo Coelho afirmou ainda que o grande problema da Líbia é econômico e garantiu que vai continuar os estudos sobre os princípios adotados por Kadhafi na Líbia. "Todo o problema da Líbia é o interesse econômico. O petróleo da Líbia é o mais puro do mundo. Os Estados Unidos jamais se conformaram com a nacionalização do petróleo", disse.
Giselle DutraDo G1 CE
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