quinta-feira, 27 de outubro de 2011

PF diz ter prendido em SP chefes de rede internacional de narcotráfico

Droga apreendida pela Polícia Federal em São Paulo, na Operação Semilla (Foto: Raphael Prado/G1)

Dois dos 19 presos no estado de São Paulo pela Operação Semilla nesta quinta-feira (27) eram os principais chefes da rede de internacional de narcotráfico, de acordo com a Polícia Federal. Eles eram donos de empresas de fachada na capital paulista, no ramo de sementes, carros de luxo e panificação, segundo as investigações. Na casa de um deles foram encontrados R$ 80 mil em dinheiro.
Além destes homens, em todo o Brasil a Polícia Federal cumpriu outros 17 mandados de prisão - oito em Mato Grosso, quatro em Rondônia, dois no Ceará, dois no Paraná e um em Mato Grosso do Sul. A PF também apreendeu, nesta quinta, 48 veículos, uma aeronave e armas de uso restrito. O nome Semilla foi dado à operação porque era a forma como os traficantes se referiam à cocaína - "semente", em espanhol.
A Justiça Federal autorizou que fossem cumpridos, nesta quinta, 54 mandados de prisão temporária e 59 mandados de busca e apreensão. Também determinou bloqueio de bens e sequestro de 20 imóveis - entre eles casas de alto padrão na capital paulista e uma fazenda em Mato Grosso do Sul -, de 15 veículos e mais uma aeronave.
Segundo o delegado Valdemar Latamce Neto, um dos coordenadores da operação, os dois presos em São Paulo chefiavam a quadrilha. "Os dois principais narcotraficantes brasileiros presos eram os grandes coordenadores da organização criminosa", disse.
"Mas eles não chegavam perto da droga. Havia uma rede de pessoas que faziam todo o resto do trabalho", disse Ivo Roberto Costa da Silva, outro delegado que coordenou a operação.
Em um ano de investigações, outras 70 pessoas foram presas. No período, a PF também apreendeu 4.327 kg de cocaína proveniente principalmente da Bolívia e 5.210 kg de maconha, de origem paraguaia. A Polícia Federal investiga o envolvimento de colombianos, bolivianos, africanos e europeus no esquema.
Máfia italiana
A Polícia Federal também prendeu um italiano, em outubro de 2010, acusado de comprar dos fornecedores brasileiros a cocaína vinda da Bolívia e encaminhá-la à Europa. Os policiais interceptaram uma ligação do italiano ao negociar uma compra e seguiram o caminho da droga. Em 21 de outubro de 2010, a PF apreendeu a compra de 273 kg de cocaína no Porto de Itaguaí, no Rio de Janeiro, com destino ao Porto da Calábria. Ainda não se sabe se a droga ficava na Itália ou era distribuída pela Europa.
Segundo a Polícia Federal, a estimativa é que a quadrilha tenha movimentado cerca de R$ 47 milhões por ano. "É uma estimativa que fazemos considerando a quantidade de droga apreendida", disse Silva.
Rota do tráfico
Os policiais federais reconhecem que o Brasil ainda é um ponto importante na distribuição de drogas para o mundo, por conta da fronteira com países produtores e do extenso litoral por onde a cocaína pode ser distribuída. "A primeira apreensão que fizemos foi um caminhão com 670 kg de cocaína. As últimas, um ano depois, foram de 30 kg. Isso demonstra que as investigações e a atuação da Polícia Federal estão sendo eficazes", afirmou o delegado Latamce.
Eles informaram que entre 200 kg e 250 kg de cocaína eram enviados, por mês, para a África. Segundo as investigações, a maconha movimentada pela organização criminosa era distribuída internamente no Brasil.
G1 SP

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