O representante do Brasil na disputa pelo Oscar de melhor filme estrangeiro será "Tropa de Elite 2", de José Padilha. A escolha foi anunciada nesta terça-feira (20), em cerimônia realizada no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro. O longa foi selecionado a partir de uma relação de outras 15 produções, que incluiam títulos como"Bruna Surfistinha", "Lope" e "Vips".
A lista de indicados ao Oscar 2012 será anunciada no dia 24 de janeiro, e osvencedores serão conhecidos no dia 26 de fevereiro, em festa realizada no Teatro Kodak, em Los Angeles. A apresentação será de Eddie Murphy.
Em toda a história, o Brasil concorreu quatro vezes ao Oscar de filme estrangeiro, mas nunca ganhou. Os indicados foram "O Pagador de Promessas" (1963), "O Quatrilho" (1996), "O Que É Isso Companheiro" (1998) e "Central do Brasil" (1999). Em 2004, "Cidade de Deus" concorreu a quatro estatuetas, incluindo melhor diretor para Fernando Meirelles, mas não entrou na disputa de melhor filme estrangeiro.
Os últimos cinco indicados para representar o Brasil no Oscar foram "Lula, O Filho do Brasil" (2011), "Salve Geral" (2010), "Última Parada 174" (2009), "O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias", (2008) e "Cinema, Aspirinas e Urubus" (2007). Nenhum deles passou para a última fase, que contempla os cinco concorrentes finais à estatueta.
"Tropa de Elite 2" é o maior sucesso da história do cinema brasileiro. O longa foi visto por 11 milhões de espectadores, batendo o recorde de "Dona Flor e Seus Dois Maridos", de 1976.
A comissão que escolheu "Tropa de Elite 2" foi composta pela secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, Ana Paula Dourado Santana; pelo presidente da Associação Brasileira de Cinematografia, Carlos Eduardo Carvalho Pacheco; pelo ministro do Departamento Cultural do Itamaraty, George Torquato Firmeza; e pelos representantes da Academia Brasileira de Cinema, Jorge Humberto de Freitas Peregrino, Nelson Hoineff, Roberto Farias e Silvia Maria Sachs Rabello.
Contra a corrupção
Durante a coletiva de imprensa, foi dito que houve um “consenso e unanimidade” com esta escolha. “Não teve um motivo pelo qual se optou pelo filme. É inquestionável sua qualidade técnica, incluindo direção e fotografia”, disse Roberto Farias, da Associação Brasileira de Cinema.
Jorge Peregrino, também da associação, afirmou que “Tropa 2” é um filme abrangente. “Não é mais um filme sobre favela, mas uma história contra a corrupção”, afirmou. A opinião também era a mesma de Nelson Hoineff, da Academia Brasileira de Cinema. “Uma das razões pelas quais houve sinergia do longa com o público é que ele expressou o que o brasileiro sente, isso de não aguentar mais a corrupção”.
Pelo fato do filme de José Padilha ter levado mais de 11 milhões de pessoas aos cinemas, fez dele um forte favorito à indicação desde do começo. “Este filme impõe respeito pela receptividade que teve aqui no País, sem dúvida”, disse Roberto Farias.
Valmir Moratelli, iG Rio de Janeiro
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