De um lado, a felicidade, o alívio e o fim da ansiedade. Do outro, a tristeza e a nostalgia precoce. Eram conflitantes os sentimentos dos fãs de “Crepúsculo” ouvidos pelo G1 ao término da pré-estreia de “Amanhecer – Parte 2”, quinto e derradeiro filme da saga. A distribuidora nacional do longa promoveu exibições prévias em dois shoppings de São Paulo. Num deles, as seis salas reservadas se mostraram insuficientes – foi preciso providenciar
três sessões adicionais.
A universitária Clara Helena de Paula Braga, 21, que antes de ver o filme se mostrava disposta a ceder lugar a uma nova geração de fãs, estava entusiasmada com o que tinha acabado de ver. “Eu não vou esquecer, porque terminou no auge. Foi lindo, o final perfeito!”, comentou. Ela, que antes da sessão insinuava que o passar dos anos havia reduzido sua admiração pela história, terminou por assumir: “Arrepiou tudo. Eu não sou menininha de 15 anos, mas, sei lá, nessas horas a gente vira criança. Agora posso respirar”.
Também ouvida pelo G1 antes da sessão, a empresária Emiliana Vieira, 40, fã de “Crepúsculo”, demonstrava bastante euforia e esperança de que a história ganhe algum tipo de sobrevida. "Tem umas coisas que não estão no livro”, observou sobre “Amanhecer – Parte 2”. Para ela, são boas as liberdades que os responsáveis pelo filme tiveram com relação ao seu material de origem, os best-sellers escritos por Stephenie Meyer. Emiliana acrescenta: “É um dos poucos filmes que, comparando com o livro, não me decepcionaram”.
Ao lado dela, o marido, Ricardo Alexandre Ferreira, 37, comenta que teve algumas preocupações durante a sessão. “Teve uma hora em que tive de soltar a mão dela, de tanto que ela batia [na poltrona]. O pessoal ficava olhando...” Ele lamentou, ainda, a "solução" que os roteiristas deram para a batalha do clímax de "Amanhecer – Parte 2". É uma sequência de cenas que oferecem uma violência jamais vista nos quatro filmes anteriores.
Ao se lembrar desses instantes, Vitória Soares Santos, 12, chora – ela segue em prantos meia hora após deixar a sala. Acompanhada da mãe, Andreia Faria, 36, que se diz saudosa e "chateada", a garota mal consegue falar. Dentre as raras questões que consegue responder, conta que assistiu no cinema a todos os capítulos da franquia – o primeiro entrou em cartaz em 2008. Mas basta que Andreia pontue alguma passagem específica do filme, para então Vitória reiniciar o choro. “Teve uma parte em que eu queria tirá-la da sala”, comenta a mãe. “Pra mim, ela estava passando mal.”
Não estava, aparentemente. Assim como boa parcela dos presentes à pré-estreia. Muitos estavam mais para curiosos do que para fanáticos pela trama romântica protagonizada pela destemida adolescente Bella (Kristen Stewart) e pelo vampiro com jeito de príncipe encantado Edward (Robert Pattinson). Era gente que, tendo ganhado o convite, resolveu conferir o desfecho da cinessérie.
Bernabé Marques, 74, deixou a sala do cinema disparando elogios ao que acabara de assistir: “Muito legal, muito legal”. Sua esposa, Aida Matos Marques, arriscou elaborar mais a avaliação. “Fiquei com medo, mas gostei. Tenho medo dessas coisas de assombração”, justificou, para logo em seguida ser corrigida por Eliane, uma das duas filhas adultas: “É vampiro! (risos)”. “Isso, tenho medo de vampiro”, comentou Aida, antes de informar que seu casamento com Bernabé, embora distante das possibilidades eternas dos vampiros, já dura 49 anos.
Cauê MuraroDo G1, em São Paulo
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