Um dos passageiros do carro que se envolveu no acidente em que uma grávida e seu bebê morreram na zona sul de São Paulo anteontem disse que a colisão foi causada pelo marido da vítima, que ultrapassou o sinal vermelho.
"Eu estava no banco do passageiro e vi claramente que foi o outro veículo que furou o sinal. Eu estava 100% sóbrio e vi que meu amigo, que agora está preso, passou no sinal verde", afirmou o corretor de imóveis Eduardo Goulart, 24.
"Meu amigo tem de pagar por dirigir alcoolizado, mas não pela morte da grávida."
O autônomo Carlos Alberto Aparecido de Souza Dias Fiore, 29, condutor do Peugeot que bateu no Fiat Idea, foi preso em flagrante sob a suspeita de duplo homicídio doloso (intencional). O acidente ocorreu no cruzamento das avenidas Abraão Ribeiro e Bosque da Saúde (zona sul), na madrugada de anteontem.
Exame do IML constatou que Fiore havia ingerido bebida alcoólica. No carro havia ao menos duas latas de cerveja, segundo a polícia. Em 2010, Fiore já fora detido por dirigir embriagado, mas sua habilitação não foi retida.
No acidente de anteontem, a comerciante Lilian Maria dos Santos, 30, foi lançada para fora do Idea e morreu na hora. Os socorristas a levaram a um hospital para tentar salvar o bebê. O parto foi feito, mas o recém-nascido, um menino, morreu ainda no domingo.
O Idea era dirigido pelo marido de Lilian, o vendedor Landerson Correa Rodrigues, 37 --a polícia corrigiu ontem a informação inicial, do boletim de ocorrência, segundo a qual era ela quem guiava o carro.
Segundo Goulart, testemunhas afirmaram que Rodrigues estava bêbado.
O delegado Airton Sante Amore disse que Rodrigues não passou por testes de alcoolemia. "Na hora do flagrante, não foi aventada essa possibilidade." Agora, ele diz que investigará essa tese.
O advogado Marco Antonio Arantes de Paiva, que defende Rodrigues em um caso de tráfico de drogas, afirmou que seu cliente não consome bebidas alcoólicas. "Estou me inteirando do caso e vou apurar se ele furou o sinal."
Fonte: AFONSO BENITES
Folha.com
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