sábado, 1 de outubro de 2011

Juiz fixa fiança de R$ 245 mil para motorista de Camaro ser liberado

Com a cabeça encoberta por uma camisa, Felipe de Lorena é transferido de delegacia no início da noite desta sexta-feira (30)  (Foto: Marcelo Mora/G1)

O juiz Rodrigo de Azevedo Costa, do plantão do Departamento de Inquéritos Policiais (Dipo) do Tribunal de Justiça de São Paulo, acatou na manhã deste sábado (1º) pedido de liberdade provisória feito pelo advogado de defesa de Felipe De Lorena Infante Arenzon, de 19 anos. Ao volante de um Camaro, o jovem se envolveu em um acidente na manhã desta sexta-feira (30), em avenida na Zona Norte de São Paulo, no qual uma vítima ficou com queimaduras em 85% do corpo após o seu veículo se incendiar. Ele foi ndiciado pelos crimes de tentativa de homicídio doloso, embriaguez ao volante e fuga do local do acidente.
De acordo com o advogado João César Cáceres, Felipe Arenzon poderá ser liberado já nesta segunda-feira (3) caso a família pague uma fiança fixada pelo juiz em R$ 245 mil. O Ministério Público, segundo Cáceres, concordou com o pedido de liberdade, mas pediu uma fiança de R$ 250 mil. Segundo ele, o valor pode retornar a família caso Felipe cumpra todas as determinações da polícia e da Justiça durante o inquérito que apura as responsabilidades pelo acidente.
Apesar disso, o advogado disse que não sabe se a fiança será paga pela família de Felipe. "A família não tem esse dinheiro. Estão tentando amelhar o valor com parentes e amigos. De todo modo, o pagamento só é possível ser feito a partir de segunda-feira", explicou. Enquanto isso, o jovem permanecerá detido no 72º DP, na Vila Penteado, na Zona Norte de São Paulo, para onde foi transferido na noite de sexta-feira.
Felipe Arenzon dirigia um Camaro quando bateu em pelo menos outros dois veículos na Avenida Inajar de Souza, na Zona Norte de São Paulo. O jovem e outras quatro pessoas ficaram feridas, uma delas com gravidade.
De acordo com o delegado Marcos Manarini, delegado-assistente do 28º DP, na Freguesia do Ó, onde a ocorrência foi registrada, o motorista "assumiu o risco" de provocar o acidente. De acordo com a polícia e com testemunhas, o jovem apresentava sinais de embriaguez – ele estava com os olhos vermelhos, exalava cheiro de álcool e tinha dificuldades para andar e falar. Ele se recusou a fazer o teste do bafômetro e, ao ficar preso na delegacia,  não deu declarações.
ColisãoO acidente aconteceu por volta das 8h de sexta na altura do número 2.500 da Avenida Inajar de Souza, do sentido Freguesia do Ó. Por volta das 15h, pelo menos uma das faixas da via permanecia interditada. Cinco pessoas ficaram feridas – o motorista do Camaro, três pessoas que estavam em outro carro, e o motorista de um veículo que pegou fogo após a colisão e teve parte do corpo queimado, segundo os bombeiros.

De acordo com o soldado Luís Carlos Barboza, da Polícia Militar, o motorista do Camaro foi encontrado em uma casa próxima ao local do acidente. Ainda segundo o soldado, o condutor disse que voltava de uma festa em uma casa noturna na Zona Oeste da cidade quando o correu o acidente.

Dentro do carro foi encontrada uma lata de cerveja. Testemunhas disseram que ele havia batido em outro veículo antes de causar o maior acidente. Segundo a polícia, ele bateu em outro carro na região da Pompeia e atropelou duas mulheres na Ponte da Freguesia do Ó. Segundo a PM, elas foram socorridas por pessoas que passavam pelo local.
Vítima de um dos acidentes  (Foto: Clara Velasco/G1)Segundo Crespo, uma das vítimas da batida,
Camaro atingiu pelo menos
cinco carros (Foto: Clara Velasco/G1)
Outros acidentes
O motorista do Vectra atingido pelo Camaro, o webdesigner Hermes Crespo, de 33 anos, dava uma carona para sua tia por volta das 7h desta sexta quando viu um carro se aproximar em alta velocidade. “Eu só vi um vulto. Ele foi batendo nos carros. Depois foi embora.” Segundo o webdesigner, o Camaro atingiu pelo menos cinco carros.
Crespo e a tia não se feriram, mas ele disse que o motorista do Camaro deve "ir para a cadeia". "A gente está precisando de leis mais severas no trânsito. Ele deve ter dinheiro. Vamos ver no que vai dar. Eu vou procurar os meus direitos.”
Marcelo MoraDo G1 SP

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