Comunidade reclama de mudança por causa de obra do Governo do CE

Moradores da Comunidade Aldacy Barbosa, em Fortaleza, que deve ser desapropriada para implantação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), questionam local oferecido pelo governo para a construção das novas casas. A comunidade surgiu há 40 anos próxima aos trilhos e o projeto do Governo do Estado prevê uma estação para ligar os bairros Parangaba e Mucuripe passano por onde atualmente ficam as casas.

Cerca de 900 famílias vivem na Comunidade Aldacy Barbosa. Segundo a associação de moradores, a maioria é contra a desapropriação e o medo é que as indenizações não sejam justas. "As pessoas se gostam, trabalham, estudam perto", explica Jersey Oliveira, da associação de moradores.

Há seis anos, a comerciante Maria Têmis tem uma loja de roupas. Ela não quer perder o ponto e os clientes. "Até agora, o governo não chegou para dar uma exata resposta para todo mundo que está esperando", afirmou.

A aposentada Francisca Vieira dos Santos, uma das primeiras a chegar, não quer deixar a casa que levou mais de 10 anos para construir. "Queria ficar no meu cantinho sossegada. Eu também não tenho casa, só essa. Eu não tenho terreno para fazer outra", afirma.

Para a aposentada Damiana Pereira Bezerra, o problema é a mudança. A comunidade fica no meio do Bairro de Fátima, uma das regiões mais valorizadas da cidade. Está perto da rodoviária, do centro e com fácil acesso a vários serviços. "A gente pode sair, mas nãoé do gosto de ninguém. Ninguém quer sair", disse a aposentada.

Governo vai indenizar famílias
Outras 21 comunidades às margens dos trilhos terão de ceder espaço ao VLT. A proposta do Governo é indenizar e dar uma casa nova a todas as famílias desapropriadas. As casas serão construídas em um terreno do outro lado da cidade, no Bairro José Walter. AFaltam três meses para o início das obras do VLT e a construção do conjunto ainda não começou. Cerca de mil famílias vivem ao lado do terreno, que dizem aguardar as casas há dois anos.

A Companhia Cearense de Transportes Metropolitanos (Metrofor), responsável pela avaliação dos imóveis e pela construção do VLT garante que nenhuma família vai sair de casa sem ter um lugar para morar. O conjunto, que será construído por uma empresa privada, deve ficar pronto até dezembro de 2012.

"Nas áreas por onde passa o VLT, cujo valor seja de até R$ 40 mil, as pessoas vão receber esse valor e mais a edificação pronta, a casa concluída", garante Edilson Aragão, diretor de desenvolvimento e tecnologia do Metrofor.

Do G1 CE, com informações da TV Verdes Mares