domingo, 5 de maio de 2013

Além de jovem que morreu em MS, outras dez pessoas passaram mal após roda de tereré

Luana Priscyla Fernandes Soares, 21, morreu em Campo Grande (MS), após competição de quem tomava mais tereré

Além da estudante Luana Priscyla Fernandes Soares, 21, que morreu dois dias após participar da "roda de tereré", em Campo Grande (MS), outros dez participantes do evento que premiava com R$ 5.000 o grupo que mais consumisse a mistura de água gelada com erva-mate também tiveram de receber atendimento médico.
 
As pessoas tiveram dor de cabeça e náuseas e foram atendidas pelo Sistema de Atendimento Médico de Urgência (Samu), que acompanhava o torneio.
 
Uma delas foi liberada somente na sexta-feira (3), informou a assessoria de imprensa do hospital da Santa Casa. Um rapaz de 19 anos de idade ficou internado de domingo à noite até a tarde de sexta-feira para tratar de "distúrbio metabólico", segundo a assessoria do hospital.
 
Luana, que cursava serviço social e era mãe de um bebê de oito meses, sentiu dores de cabeça, náuseas e vomitou uma hora após o início da competição, no domingo à tarde. O grupo dela, formado por dez pessoas, tinha consumido em torno de 50 litros da bebida típica do Estado.
 
Foi a segunda vez que ocorreu a competição na cidade, promovida pela rádio FM Blink 102. Na primeira, o evento juntou 50 mil pessoas, segundo os organizadores.
 
A estudante concorria ao lado do marido, o auxiliar de escritório Welton Godoy Miranda, 29. Ela sentiu-se mal, foi levada para um posto de saúde, depois para o hospital, onde morreu na terça-feira à tarde. 
 
Miranda disse que, no atestado de óbito,
 a causa da morte foi definida como Acidente Vascular Cerebral (AVC).
 
Luiz Ovando, médico cardiologista, disse à imprensa de Campo Grande que o excesso de água pode provocar o que chamou de intoxicação hídrica. As células incham – inclusive do cérebro, daí a dor de cabeça -, segundo o médico, e isso leva à convulsão. Para Ovando, a pessoa que for participar de evento como a "roda do tereré" deve antes ser submetida a uma avaliação médica.
 
O marido da estudante disse que a mulher não tinha problemas de saúde e que a única vez que precisou de ir a médico foi quando deu à luz a filha, hoje com oito meses.
 
O delegado Wellington de Oliveira disse que por enquanto não pensa em instaurar inquérito por achar que "tomar tereré não é crime e pelo informado pelo hospital a estudante sofreu um AVC".
 
A direção da emissora de rádio manifestou-se no dia seguinte à morte de Luana. Informou, por meio de nota, que prestou atendimento à estudante e que lamentava o ocorrido.

Celso Bejarano
Do UOL, em Campo Grande (MS

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