Entre o final da noite desta quinta-feira (1º) e o início da madrugada desta sexta-feira (2), a cidade de São Paulo registrou uma tentativa de assassinato de um policial civil e pelo menos duas mortes, com características de execução, na Zona Oeste da capital. Outras duas vítimas ficaram feridas nos ataques. As informações são do Bom Dia São Paulo.
Um investigador da Polícia Civil foi baleado nas costas na noite de quinta-feira na Zona Norte de São Paulo, informou o Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra). O ataque ocorreu na Avenida Inajar de Souza, Bairro Elisa Maria, pouco depois das 23h. Baleado duas vezes nas costas, o policial, lotado no 72º DP (Vila Penteado), foi internado no Hospital das Clínicas e passaria por cirurgia de emergência.
Segundo a base do Garra na capital paulista, é possível que o investigador tenha sido vítima de um ataque como vem ocorrendo com os policiais militares, pois ele teria sido atacado pelas costas ao pilotar uma motocicleta por dois homens que também estavam em uma moto, que fugiram sem levar nada da vítima. Não há pistas dos agressores.
Mortes e feridos
Na madrugada desta sexta-feira ocorreram mais duas mortes na Zona Oeste da capital. No Jardim Arpoador, um adolescente de 18 anos foi morto a tiros quando saía da casa do irmão em direção a residência da mãe. A suspeita é que homens de moto passaram atirando na rua e atingiram a vítima. Os criminosos fugiram.
No Jardim Esmeralda, outra pessoa foi baleada e morta por motociclistas que passaram atirando contra um grupo de pessoas que estava num bar. Outras duas vítimas ficaram feridas e foram socorridas. Os bandidos também escaparam.
Estatística
Desde o começo do ano, 88 policiais militares foram mortos em São Paulo. Desde agosto, uma facção que atua dentro e fora dos presídios ordenou que seus integrantes executassem policiais que matassem criminosos. Ao longo do ano, o governo do estado também registrou aumento no índice de crimes contra a vida (homicídios dolosos e latrocínios), conforme balanços da Secretaria da Segurança Pública (SSP-SP).
O Ministério Público apura se policiais militares estão envolvidos em mortes: há suspeitas de que agentes da lei descontentes com as mortes dos colegas formaram grupos de extermínio e milícias para revidar os ataques contra criminosos.
Em entrevista ao G1 na noite de quarta-feira (31), o secretário de Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto, afirmou que a situação é de "absoluto controle" no estado. Ele negou haver uma "guerra" entre policiais e traficantes. Desde o começo da semana a PM realiza operação em Paraisópolis, onde realizou prisões e apreendeu lista com supostos nomes de policiais marcados para morrer.
Planos
Na tarde de quinta-feira, Dilma e Alckmin definiram os primeiros passos para encerrar a polêmica. Segundo a assessoria do governo paulista, na conversa entre Dilma e Alckmin ficou definido que a Secretaria da Segurança Pública (SSP), a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP) e Ministério da Justiça devem se reunir para definir quantos serão os detentos transferidos e para quais presídios serão levados.
Dilma e Alckmin acertaram que o acordo terá o mesmo status que parcerias para as obras de infraestrutura, habitação popular e combate à miséria. Ainda de acordo com o governo de São Paulo, será formado grupo de trabalho para estudar outros possíveis apoios.
Reunião em São Paulo
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, deverá vir a São Paulo na próxima semana para se reunir com integrantes do Palácio dos Bandeirantes e começar a delinear as estratégias da ação. Nesta conversa preliminar, os representantes das esferas federal e estadual irão debater o que é possível fazer para conter a ação dos criminosos.
Do G1 São Paulo
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