A comunicação é apenas com os olhos e a cabeça, mas a vontade de levar uma vida normal fez com que o estudante Lucas Saar, de Cariacica, na Grande Vitória, superasse as limitações de uma doença degenerativa e aprendesse a ler. Aos 21 anos e terminando o
ensino médio, o jovem é um dos candidatos da prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que ocorre nesta sábado (3) e domingo (4). Ele vai fazer a prova em casa.
A doença acompanha o rapaz desde que ele era bebê. Hoje, Lucas vive internado na própria casa, sempre rodeado por um respirador, um monitor de batimentos cardíacos e um cilindro de oxigênio. Os pais contaram que os médicos chegaram a dizer que o menino teria pouco tempo de vida.
“Quando ele tinha um ano de vida, a gente começou a perceber que ele estava com algum retardo no seu desenvolvimento de criança normal. Fomos encaminhados para especialistas em São paulo e lá foi contatado que ele tem uma atrofia espinhal progressiva, que é uma doença degenerativa”, explicou o pai, Márcio Casula Saar.
Apesar da comunicação através do piscar de olhos, a mãe garantiu que o filho entende tudo o que lhe é falado. “O coração de mãe explode, não tem como não ficar feliz com todas essas conquistas. A gente ajuda o Lucas a trilhar esse caminho, mas essas são decisões dele, são as vontade dele. É ele que quer fazer a prova não somo nós que obrigamos”, disse a mãe Thanan Barbosa Saar.
Uma das primeira conquistas de Lucas, ainda no ano de 2008, foi poder votar pela primeira vez nas eleições para prefeito e vereador. Para os pais, a força de vontade de lutar contra as dificuldades são o maior motivo de orgulho e as conquistas e sonhos de Lucas não param no Enem.
“Eu e minha esposa lutamos junto com ele até hoje, conseguimos muitas vitórias para ele e com certeza essa vai ser mais uma”, completou o pai. A força de vontade de Lucas é exemplo para os mais jovens. “Olhando pra ele, mesmo com as dificuldades dele, ele está sempre bem, sempre alegre. Desse modo a gente se questiona 'por que às vezes a gente não se motiva e ele está sempre desse jeito?'”, finalizou a estudante Emilly Bernardino.
André FalcãoDo G1 ES
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