A decisão sobre o futuro de Adriano como atleta do clube não será a única procupação do Flamengo nos próximos dias. Com a situação no Campeonato Brasileiro praticamente resolvida após livrar o rebaixamento, o rubro-negro focará suas atenções nos tribunais de Justiça neste mês de novembro para o duelo com Ronaldinho Gaúcho e as decisões que
envolvem ainda o goleiro Bruno e o próprio Imperador.
No único caso onde é parte envolvida, o clube irá iniciar a disputa judicial com Ronaldinho Gaúcho nesta quinta-feira. Após a traumática rescisão em maio deste ano, o clube espera reduzir os prejuízos dos R$ 40 milhões pedido pelo jogador pelos salários atrasados e direitos de imagem que não foram pagos.
"O processo apenas começa na quinta-feira. Mas tenho certeza que não teremos grandes prejuízos. Estamos bem resguardados para isso. Vamos negociar e tentar um acordo, como fizemos com outros jogadores, como Romário, Petkovic. Isso não me preocupa muito por agora. Minha única lamentação neste caso foi a maneira como ele [Ronaldinho] saiu após tanto carinho que recebeu do clube", explicou a presidente do clube, Patricia Amorim.
E a mandatária também estará de olho em outro julgamento nesta semana, mas desta vez envolvendo Adriano. Com o Flamengo fora do processo, o Imperador será julgado pelo disparo acidental de uma arma dentro de seu carro que atingiu a mão de uma mulher que o acompanhava após uma balada em dezembro de 2011.
Em um primeiro momento, a vítima disse que Adriano estava no banco do carona e não participou da cena, no banco de trás. Há pouco tempo, no entanto, a mulher mudou o discurso e disse ter sido pressionada por pessoas ligadas ao jogador para dar a primeira versão do caso.
O encontro na frente do juiz será na terça-feira, mesmo dia da reunião com o Flamengo. E mesmo com a polêmica das versões contraditórias, Adriano não deverá ter maiores problemas e poderá escapar de penas mais duras nos tribunais.
"Tentaremos um acordo em primeiro lugar. Se não ocorrer, iremos avançar para a proposta de aplicação de pena de prestação de serviços à comunidade ou prestação em dinheiro à vítima ou instituição assistencial. Se ainda assim não houver solução, o MP poderá denunciar Adriano, por lesão corporal culposa, com pena prevista de dois meses a um ano de detenção, ou requerer novas diligências", explicou o Promotor de Justiça do caso, Márcio Almeida.
No último e mais polêmico caso a ser julgado neste mês de novembro, o goleiro Bruno vai à júri popular, no próximo dia 19, para responder as acusações sobre a participação no sequestro e sumiço de Elisa Samúdio, sua ex-namorada e mãe de seu filho.
E neste episódio, exclusivamente, o Flamengo nem quer se meter. Mesmo com um contrato de Bruno em vigor, o clube tenta "ignorar" o caso e diz que só irá se pronunciar após ver o goleiro livre. Já o réu, por sua vez, ainda pensa em jogar e já comenta com o seu advogado sobre a possibilidade.
"Ele está louco para ser julgado, não vê a hora. Quer ir logo para a rua. Sabe que pode ser absolvido. Não existem provas da morte que Bruno está sendo julgado. Nossos argumentos não vão deixar dúvidas. Não teremos margem para outras interpretações. E ele quer voltar a jogar", disse Rui Pimenta, advogado que defende o goleiro no caso.
E antes das audiências com os juízes que podem definir o futuro de três jogadores e do Flamengo, o clube tem outra importante reunião. Nesta segunda, Patricia Amorim, Zinho, diretor executivo de futebol do clube, e outros cartolas rubro-negros definirão a medida a ser tomada com Adriano após mais uma série de problemas do jogador, mas desta vez sem envolver tiros, apenas mulheres, noitadas e sua programação de treinos.
"Temos que tomar uma decisão, e isso será feito nesta segunda. Mas só iremos anunciar na terça, após o jogador voltar ao CT. O Zinho, que comanda o futebol, vai ter autonomia para definir. Nós vamos acatar pelo melhor dom clube", encerrou Patricia Amorim.
Pedro Ivo Almeida
Do UOL, no Rio de Janeiro
Do UOL, no Rio de Janeiro
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