Entidades de proteção animal travam nova batalha contra os rodeios, desta vez por causa de um ranking que prevê "eleger" o melhor touro da temporada nas arenas.
Organizadora do principal circuito de rodeio no país, a PBR (Professional Bull Riders) criou um ranking que busca revelar "novas estrelas" nas festas de peão e premiar com R$ 100 mil o tropeiro dono do melhor boi.
Para as ONGs de proteção animal,
a medida viola a integridade dos touros e potencializa a chance de eles serem vítimas de maus-tratos, já que os que pulam mais teoricamente têm notas melhores.
Além disso, segundo as entidades, o ranking cria uma forma de exploração econômica baseada na dor do bicho, pois o animal com mais pontos valerá mais no mercado.
"A tortura virou esporte e, agora, está sendo legitimada mais uma vez com a criação desse ranking", afirma Vanice Orlandi, presidente da Uipa (União Internacional Protetora dos Animais).
Segundo ela, o uso do sedém (cinto amarrado na virilha dos animais) é a pior agressão a qual o touro é submetido, e é o que o faz pular.
Já Rosângela Ribeiro, gerente de programas veterinários da WSPA (sigla em inglês para Sociedade Mundial de Proteção Animal) no país, diz que outros problemas são o uso de esporas e choques para o animal sair do brete.
Os rodeios estão na mira das ONGs há tempos, mas a batalha ficou mais acirrada após a morte, em 2011, de um bezerro na Festa do Peão de Barretos, na prova do bulldog --quando o peão derruba o animal imobilizando-o.
'TOURO ACABADO'
Presidente da PBR Brasil, Flávio Junqueira afirma que os touros não sofrem maus-tratos e que não adiantaria forçá-los para pularem mais.
"Se usar algo artificial para provocar o pulo, no dia seguinte o touro fica acabado. O pulo é a explosão de bem-estar e força física do animal, não dá para estimular."
Veterinário do circuito, Marcos Sampaio de Almeida Prado diz que um touro nunca pula dois dias seguidos e que uma equipe viaja antes para analisar os locais em que os animais ficarão nos rodeios. "Se achamos algo errado, é corrigido antes."
Fonte:folha
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