A chuva deste ano no Ceará está abaixo da média e, com isso, falta água para beber e solo fértil para o plantio. A seca acabou com a roça de Denis Diógenes e de muitos agricultores no interior do Ceará. Só neste ano, ele plantou duas vezes,
em 40 hectares, mas o milho murchou e o feijão nem mesmo chegou a brotar.
Nos versos de Luiz Gonzaga, Denis encontra forças para seguir em frente. Ele mora no município de Pereiro, a 300 quilômetros de Fortaleza, onde a vida na agricultura não está fácil. “Rompeu-se o natal, porém chuva não tem e o sol muito além começa a queimar. Eu vendo o meu burro, meu jegue e o cavalo”, canta ele, que acredita ser este um dos anos mais difíceis para o agricultor.
Na casa da agricultora Francisca das Chagas, o feijão também faz falta na panela e no prato dos sete filhos. “ Tem que ter feijão, os meninos gostam muito de feijão. mas como não tem, tem que comer só arroz. Só o arroz duro quando aparece. A vida da gente é essa”, lamenta.
O açude Madeiro, que atende a 800 famílias, está com apenas 13% da capacidade. No município vizinho, Jaguaribe, foram encontrados criadores cortando forragem para o gado no lugar que, até o ano passado, era um açude. “Está seco e no cacimbão que tem tá bem pouquinha a água, não dá pra aguentar nem 3 meses”.
O açude Madeiro, que atende a 800 famílias, está com apenas 13% da capacidade. No município vizinho, Jaguaribe, foram encontrados criadores cortando forragem para o gado no lugar que, até o ano passado, era um açude. “Está seco e no cacimbão que tem tá bem pouquinha a água, não dá pra aguentar nem 3 meses”.
Em Jaguaribe, interior do Ceara, está cada vez mais difícil conseguir água. Até fevereiro, Antônio Nunes andava 200 metros para encher os baldes. Mas a barragem secou e agora, ele tem de caminhar 9 quilômetros.
Mesmo sem a visão do olho direito, por causa de um acidente com a enxada, o agricultor se arrisca em longas caminhadas, debaixo do sol que parece mais quente a cada viagem. Antônio explica que sente muitas dores no corpo. “Hoje a coluna é um problema sério, sofro demais”
Depois de quase uma hora, Antônio chega à única fonte de água da região. Ele sabe que a volta vai ser ainda mais difícil e o animal já dá sinais de fome e cansaço. Alguns agricultores recorrem a carros pipa. O tanque acaba de ser abastecido com 3.500 litros de água. “Eu boto uma pipa que dá pra 15 dias...Bom era a chuva, chuva que era bom”, afirma o agricultor Luciano da Silva.
Enquanto o céu não traz a chuva, o jeito é persistir na terra. “Na vida, o cara tem de ser honesto e trabalhar na roça, por mais duro que seja, e a recompensa Deus dá um dia”, aposta o agricultor Adail Freitas.
Fonte:G1 CE, com informações da TV Verdes Mares
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