Em 2013, 56 policiais militares do Ceará foram demitidos da corporação, o que representou um aumento de 189% em relação ao número de demissões ocorridas em 2012, quando foram registradas 20 demissões, segundo a Controladoria Geral de Disciplina (CGC) dos Órgãos de Segurança do Ceará. Três deles foram demitidos por estupro, segundo a instituição.
O crime mais comum que levou a demissão de policiais foi insubordinação grave e ofensa à corporação, com 12 casos; em seguida aparecem, com nove casos cada, os crimes de lesão corporal, estelionato e homicídios. "Violência e corrupção são os desvios de conduta que mais atingem o PM", explica Santiago Amaral Fernandes, controlador geral de disciplina. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (19), pela CGD.
Na Polícia Civil, 13 servidores foram demitidos em 2013. Os motivos mais frequentes foi procedimento irregular ou abandono de cargo, que ocasionaram cinco demissões. Também houve demissão de policiais civis por peculato (três casos), corrupção (três) e facilitação de fuga de preso (dois). "Nossas informações são 100% seguras, pois a nossa base de dados é o Diário Oficial do Estado (D.O.E), seja na publicação da portaria [no início do processo investigativo] ou na da decisão", afirma o corregedor.
No Corpo de Bombeiros e Secretaria da Justiça, houve duas demissões em cada órgão. Em 2013 também foram registradas 362 punições a servidores dos órgãos de segurança do Ceará, 86% a mais que em 2012, quando foram registradas 194 punições. Em 2013, 474 processos foram concluídos pela Corregedoria, 222 a mais que em 2012, o que representou um aumento de 88,1% em um ano. "Nós temos uma meta para concluir um processo e estamos trabalhando para que esse prazo não ultrapasse 6 meses", afirma Santiago Amaral Fernandes.
Segundo o controlador, houve aumento também no número de expulsões nas Policiais Militar e Civil: quatro, em 2012 e 13, no ano passado. No caso da expulsão, o policial não pode retornar à corporação; diferentemente da demissão, em que é permitido reingressar se for aprovado em um novo concurso público.
De acordo com o controlador, a maior parte das denúncias contra os policiais é feita de forma presencial, e o número de denúncias que chega à Controladoria só tem aumentado. "Não é porque existam mais desvios de conduta dos policiais, é que a população está denunciando com mais frequência. Só o fato de ter um local que não é uma delegacia, onde as pessoas podem denunciar sem medo de represálias e com a certeza de que vai haver uma apuração séria, aumenta a crença na punição".
Atualmente, a Controladoria Geral de Disciplina trabalha com 170 pessoas, número insuficiente para atender à demanda das investigações. "Precisamos ter um incremento constante desse quadro, buscando sempre ter um efetivo de 1% da força de segurança pública trabalhando na Controladoria, o que daria 300 pessoas". Hoje, existem cinco mil processos em investigação na CGD.
Do G1 CE
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