Muitas pessoas gostam de ter animais de estimação em casa. Para a maioria, a companhia, seja de um gato, de um cachorro ou de qualquer outro bicho, é sempre agradável. Mas há quem torne isso um hobby. Esse é o caso do engenheiro químico Hugo Cavalheiro. Ao lado de sua esposa, ele cuida de 14 gatos da raça Maine Coon, a maior da espécie, no seu apartamento em Santos, no litoral de São Paulo.
Esta é a única raça com uma associação especializada no Brasil, e a segunda mais criada no país. A Amacoon conta com 43 sócios e Hugo é o presidente da entidade.
A paixão do engenheiro pelos gatos se iniciou ainda muito cedo. “Desde criança, a minha família sempre teve animais, em especial gatos. Passei toda a minha infância convivendo com esses bichos. Depois de me tornar adulto e começar a namorar, não levei nenhum deles, pois minha mãe não deixou. Mas, como tinha um laço especial com o meu último gato, que se chamava Ted, um siamês sem pedigree, acabei indo atrás de um outro que tivesse o mesmo temperamento. E esse era o Maine Coon”, diz.
Segundo Hugo, cujo maior gato que possui mede 1,1 metro, esse tipo de gato é muito dócil e de fácil adaptação ao ambiente doméstico. “Se fôssemos compará-lo com um cão, ele seria parecido com o labrador. Tem um porte de médio para grande, mas com um temperamento muito receptivo às brincadeiras. É um animal muito tolerante com crianças, também. Outra característica é que ele adora água, brinca com ela. Além disso, interage bastante, te segue pela casa e você pode carregá-lo de um lado para o outro, que não se incomoda”, conta.
Hugo lembra que, a princípio, a sua intenção não era ter uma criação de gatos em casa, atividade à qual se dedica há oito anos. Porém, com o passar do tempo, o destino se encarregou disso.
Mas para que isso acontecesse, a sua esposa, Kleyne Andrade, designer de moda, precisava aprovar a iniciativa. Hugo Cavalheiro lembra que, no começo, ela resistiu à ideia mas, depois, acabou cedendo. “Antes de casar, quando a gente namorava, a minha esposa não conhecia o que era um gato. Mas era muito mais por conta daquela cultura intrínseca no povo brasileiro, de que gato é sinônimo de coisa ruim. Por isso, para não ter problemas quando eu fosse me casar, já que sabia que iria querer um, lhe dei um filhote de presente. Ela mudou de opinião, completamente. Acredito, aliás, que ela se dedica mais aos gatos do que eu, atualmente. Se tornou uma paixão para ela, não uma obrigação”, comenta.
A esposa do engenheiro químico, aliás, virou uma referência na área. “Ela está acima de mim na ordem da gatofilia. Hoje, ela é presidente da Federação Felina Brasileira (FFB). É responsável pela emissão de todos os pedigrees. Para reconhecerem os pedigrees dos gatos, os clubes filiados precisam de sua aprovação. Ela é a autoridade maior e acumula também a função de representante da Federação Internacional Felina (FIFe) no Brasil”, destaca.
Sobre a criação de gatos, Hugo ressalta que manter este tipo de hobby pode não ser uma tarefa simples. “Com cada bicho, por mês, você gasta mais ou menos R$ 50. Claro que se ele ficar doente é mais complicado. Aí, você pode gastar um pouco mais. Mensalmente eu desembolso, em média, R$ 700. Não é uma fonte de sustento, nem de perto. Se você for levá-lo em uma exposição, gasta com transporte e banhos específicos, por exemplo. Vira um vício. Um criador que quer competir, viajar, deve saber que isso tudo vai ter custos”, afirma.
Por esse motivo, o engenheiro pensa que as pessoas devem ponderar bastante antes de adquirir um gato ou iniciar um processo de criação da espécie. “Os amantes dos gatos, independentemente da raça que forem adquirir, precisam pesquisar antes. É uma decisão de grande responsabilidade. Além disso, você deve ter um ambiente que proporcione segurança ao animal. Um fator essencial é que o animal não tenha acesso à rua. É necessário dar boas condições médicas ao gato, uma ração de boa qualidade. Das 24 horas do dia, ele dorme a maior parte, fica em torno de seis horas acordado. Você deve ter pelo menos uma hora do dia para dar carinho ao animal e escolher uma raça que combine com você. Até porque, não dá para se arrepender depois, doar o animal ou abandoná-lo na rua. Não se deve comprar por impulso”, conclui.
Rodrigo MartinsDo G1 Santos
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