Governadores de oito estados reuniram-se na tarde desta terça-feira (18) com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Instituto Lula, em São Paulo, para defender o ex-presidente. Eles consideram haver uma tentativa de estender a Lula a investigação sobre o mensalão e se encontraram com o petista para prestar solidaridade.
A reunião contou com os governadores Jaques Wagner (PT-BA), Tião Viana (PT-AC), Camilo
Capiberibe (PSB-AP), Cid Gomes (PSB-CE), Sérgio Cabral (PMDB-RJ), Silval Barbosa (PMDB-MT) , Agnelo Queiroz (PT-DF) e até mesmo o tucano Teotônio Vilela (PSDB-AL).
"Estava entre companheiros, sou amigo pessoal do presidente Lula e o estado de Alagoas é muito grato à postura republicana, solidária e parceira que o presidente teve com o estado em obras de infraestrutura, sociais. Vim como pessoa, como amigo e como governador dar um abraço de solidariedade", disse Vilela.
Questionado se sua presença causaria um mal-estar no momento em que a oposição pede que as denúncias sejam investigadas, Vilela disse acreditar que não. "Não sei, creio que não. Independentemente de ideologia, partido político, nós estamos em torno de um tema que venham pacificar, que venham construir."
O governador também disse que Lula não falou sobre mensalão. "Não é uma denúncia de Marcos Valério que vai desmanchar o trabalho que foi feito", afirmou o tucano.
"Lula é um homem público muito querido e muito respeitado pelo povo brasileiro", disse o governador Cid Gomes. "Lula é amigo de boa parte dos que estão aqui", afirmou. Ele disse que Lula não tocou no assunto mensalão e Valério e que falaram sobre temas como a necessidade de reforma política. "Viemos dizer que estamos indignados. Isso não é respeitoso à figura de um ex-presidente", disse Cid Gomes.
"Nós viemos aqui de fato prestar o nosso carinho ao presidente Lula. Evidentemente que nós repudiamos todas essas tentativas de ataque e de desconstituir a imagem de um presidente que tem um grande carinho do povo brasileiro, que foi um grande presidente e que merece respeito de todos nós", disse Agnelo Queiroz.
"Viemos prestar solidariedade ao presidente Lula por esse momento que ele está vivendo, Depois de uma investigação que se deu em várias CPIs, na Justiça e no Ministério Público, depois de tudo acabado, surge essa campanha", disse Camilo Capiberibe, governador do Amapá.
O governador da Bahia, Jacques Wagner vê movimentação para desmontar a popularidade de Lula. "Eu não tenho muito a cabeça conspiratória, mas também não sou ingênuo. Existe uma vontade de quem trabalha contra um ícone de 80% de popularidade de desmontar essa popularidade", afirmou. Ele recomendou à oposição que coloque as barbas de molho. "Eu acho que as pessoas deveriam botar um pouco mais as barbas de molho, eu falo, no caso, de adversários políticos, porque hoje acontece com um e amanhã acontece com outro", afirmou.
Okamoto
O ex-presidente Lula não deu entrevista. O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, atendeu a imprensa no portão da sede do instituto. Em conversa com os jornalistas, ele voltou a negar que tenha ameaçado o publicitário Marcos Valério. "Nunca ameacei ninguém", afirmou. "Se é que houve esse depooimento é um artifício de alguém que está tentando um espaço para discutir os recursos que ele está tentando dar entrada."
Okamoto defendeu o financiamento público de campanha e disse que ainda falta transparência. "Entrem no site do Tribunal Superior Eleitoral e vejam como é feita a prestação de campanha. Quanto as pessoas alegam que gastaram", afirmou. Questionado se o valor é menor do que o real, afirmou. "Eu acho."
Okamoto disse também que supõe que ainda exista caixa dois de campanha. "É bem provável que diminuiu muito. Você tem hoje muito mais transparência, mas certamente... Imagine, cinquenta e tantos mil vereadores nesse país. Você acha que eles conseguiram contabilizar tudo isso. Tem muita gente que nem sabe com se faz a contabilidade", afirmou. "Provavelmente nem um contador sabe como se faz essa contabilidade porque é muito complexo", afirmou.
Roney Domingos e Rosanne D'AgostinoDo G1, em São Paulo
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