O secretário de Planejamento do Ceará, Eduardo Diogo, citou a ''realidade do estado'' como motivo para pendências em alguns pontos do acordo feito com policiais militares, no fim da greve da categoria, em janeiro deste ano. "Nos último seis anos, reajustamos o salário dos servidores em 45%, enquanto o IPCA reajustou a inflação em 25%. Tudo isso impacta
financeiramente nos cofres do estado", disse. "Remanescem itens como gratificações compensatórias e horas extras face à realidade do estado, a sensibilização e as informações que estão sendo divididas com o conjunto da sociedade'', afirmou.
Representantes do governo do estado e de servidores da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros se reuniram na tarde terça-feira (18) na Secretaria de Planejamento do Ceará, no Bairro Cambeba, para debater assuntos pendentes entre o acordo.
Os representantes do governo ponderaram que o debate sobre promoção e horas extras que geram repercussão financeira, devem ocorrer após a Secretaria da Fazenda concluir o Relatório de Gestão Fiscal do Estado, o que deve acontecer no final de abril. Devido ao prazo, ficou acordado que um novo encontro será realizado em 14 de maio de 2013.
Entre os pontos pendentes estão a redução da carga horária semanal dos servidores para 40 horas ou o pagamento de horas extras, e o reajuste salarial acima de 5,58%. Outra parte do acordo seria a criação de um código de ética para evitar assédio moral. Segundo Eduardo Diogo, a publicação deve estar pronta até 31 de janeiro de 2013.
Após a reunião com governadores, representantes dos servidores da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros do Ceará se dizem insatisfeito, segundo o policial Pedro Queiroz, presidente da Associação Nacional de Policiais e Bombeiros. "O governo resolveu protelar para o mês de maio [de 2013] qualquer pauta que traga repercussão financeira. O que nos deixou insatisfeitos", diz.
Segundo Queiroz, a categoria se reunirá em 3 de janeiro para debater o andamento das debates com o governo do estado. A data marca um ano do auge da greve da PM e Bombeiros no Ceará, quando a cidade viveu um clima de insegurança e comércios ficaram de portas fechadas.
Apesar da data, Queiroz diz que não há intenção de realizar uma nova greve. "Não vamos pautar a greve como solução para resolver esse diálogo. Não vamos induzir a categoria para esse processo desgastante, que é prejudicial para nós e para para a população, que precisa do nosso serviço", afirma.
O secretário Eduardo Diogo afirmou que qualquer citação a uma possibilidade de greve seria uma "chantagem" por parte da categoria.
Os policiais reivindicam ajuste salarial acima de 5,58%, proposta pelo governo aos servidores estaduais a partir de janeiro de 2013. Os servidores cobram reajuste de 8,62%.
Do G1 CE
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