segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Saiba como aliar gravidez e corrida


Mulheres corredoras não precisam adiar o sonho da maternidade por receio de ficarem longe dos treinos. Bem-estar e controle de peso são apenas alguns dos benefícios que a corrida pode trazer para as grávidas, além da diminuição dos níveis de glicose, o que evita a diabetes gestacional. Assim que o exame der positivo, a futura mamãe deve avisar ao médico que corre regularmente, ensina Gustavo Magliocca, médico do esporte da Clínica Run&Care, de São Paulo. 

Mulheres que realizam exercícios esporádicos devem iniciar com atividades de baixo impacto e intensidade leve. “A corrida, nesse caso, é desaconselhada até o segundo trimestre”, diz Magliocca. Mas, as habituadas aos treinos e com regularidade elevada podem seguir normalmente, desde que o obstetra descarte condições de risco.

No caso das mulheres que já corriam, o treino deve ter volume e intensidade leves, “com cerca de 50% do que estava acostumada a correr antes de engravidar”, ressalta o educador físico Emerson Gomes, treinador da MPR Assessoria Esportiva, também de São Paulo. O médico Magliocca explica que não é possível criar condicionamento durante a gestação, somente fazer a manutenção do treino. “As corredoras devem fazer entre 65% e 75% da frequência cardíaca máxima, além de evitar tiros, terrenos irregulares e inclinações elevadas.”

Cuidados especiais - É preciso estar atenta e evitar exercícios em dias quentes, sempre aquecer e desaquecer e aumentar a ingestão de alimentos nos dias de corrida. “Também é muito importante realizar a hidratação adequada, com 250 ml a mais de líquido por hora de atividade”, diz o médico. Outras dicas importantes são usar o top mais apertado, evitar alongamentos excessivos e parar ao sentir qualquer desconforto.

Próximo do sexto mês, a indicação é reduzir ainda mais o ritmo e, a partir da 34ª semana, a corrida deve ser trocada por uma atividade de menor impacto, como a hidroginástica.

Mamãe atleta - A jornalista Simone Manocchio é um exemplo de corredora que manteve o condicionamento durante a gestação. “Já corro há dez anos e descobri que estava grávida no começo de abril”, relata a paulista que espera o segundo filho. “Eu consegui manter os treinos e a academia até os quatro meses, mas depois comecei a me sentir muito cansada e parei”, completa.

Durante a gravidez da primeira filha, Vitória, (hoje com quatro anos e meio) ela manteve uma rotina diferente da dos dias atuais. “Na primeira vez consegui manter a corrida por sete meses, mas agora me senti mais preguiçosa”, brinca Simone que teve ainda alguns empecilhos nas pistas, como a vontade de ir ao banheiro com muita frequência. 

“É ridículo, mas não dá para negar que a cada 400 metros minha bexiga já estava cheia. Também tenho muitas dores nas costas, que foram piorando após os quatro meses”, comenta. Durante a primeira gestação ela lembra que conseguia manter um ritmo controlado e se preocupava muito com o peso. “Corria pra não ficar tão gorda”.

Peso - Simone recomenda às mulheres que não entrem em depressão com o aumento de peso, característico durante os nove meses. “O condicionamento vai cair, você vai engordar e isso passa”. Para a jornalista, a preocupação deve ser com o pós-parto. 

“Três meses após o nascimento da Vivi corri os dez quilômetros da Maratona de São Paulo. Quase morri, é verdade, mas foi uma prova inesquecível, a retomada ao esporte que tanto amo”, conta com brilho nos olhos. 

Por fim, ela deixa um conselho para as futuras mamães atletas, o de curtir a gravidez. “Curtam porque passa rápido. A corrida já está no seu sangue, portanto, voltar é melhor ainda”. 
webrun.uol


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