Em uma cerimônia gratuita coletiva, 47 casais homossexuais oficializaram na noite desta sexta-feira (28) os seus relacionamentos estáveis perante a Justiça. Desta forma, os casais, sendo 32 de mulheres e 15 de homens, passam a ter direitos e benefícios garantidos por lei.
O evento, patrocinado pelo governo de São Paulo, por meio da Secretaria da Justiça, foi
realizado no Centro de Tradições Nordestinas (CTN), na Zona Norte da capital. Além dos casais, centenas de pessoas, entre padrinhos e convidados, participaram da cerimônia.
Priscila Pires da Silva, representante comercial de 24 anos, e a companheira dela, Kathrein Marrichi Martin, de 31 anos, foram as primeiras a ser chamadas no palco do CTN para assinar os papéis e, assim, oficializar a relação de dois anos que mantinham.
Ambas se descobriram homossexuais depois que se conheceram. Antes, as duas só tiveram relações heterossexuais. “Já fui casada e tenho um filho de 9 anos deste relacionamento. Ele sabe do meu relacionamento com ela. Desde pequena, sempre soube que eu era homossexual, mas a gente mesmo não aceita. Quando o amor aparece, não tem palavras para explicar. Estou muito feliz agora, que é o que importa”, disse Priscila.
A parceira dela, por sua vez, afirmou que só teve “curiosidade” em relação a meninas do mesmo sexo. “Mas nunca pensei que aconteceria. Decidi viver esse amor”, declarou, revelando que antes só teve relações heterossexuais.
O segundo casal, de gays, a assinar os papéis foi o decorador de interiores Américo Nunes Neto, de 51 anos, e o aposentado chileno Jorge Eduardo Reyes Rodriguez, de 62 anos. Eles vivem juntos há 24 anos. “Não é só por assinar os papéis. Muda, sim, pois é uma oportunidade de renovarmos nossos votos de união, de amor e companheirismo. É uma emoção muito grande compartilhar este momento com outros casais”, disse Américo.
O deputado federal Jean Wyllys destacou a importância “do reconhecimento público das relações estáveis” dos casais que participaram do evento. “É uma cerimônia que dissocia o casamento civil do religioso. Os deputados com quem convivo dizem que os gays estão lutando por casamento religioso. A luta é por casamento civil, para termos nossos direitos garantidos. Por isso é importante que tenha sido realizado neste momento de eleições.”
Marcelo MoraDo G1 SP
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