O Tribunal de Justiça do Rio (TJ-RJ) concedeu, na madrugada desta quarta-feira (21), um habeas corpus ao comanante do 7º BPM (São Gonçalo), tenente-coronel Djalma Beltrami. A decisão foi do desembargador Paulo Rangel. Beltrami foi preso na última segunda-feira (19), acusado de participar de um esquema de propina para liberar o comércio de drogas. Ele estava detido no Quartel General da Polícia Militar, no Centro do Rio.
Os ex-comandantes gerais da Polícia Militar Ubiratan Ângelo e Mário Sérgio Duarte, além do coronel Fernando Belo, da Associação de Oficiais, visitaram Beltrami. Eles protestaram e alegaram que as gravações apresentadas pela Polícia Civil não são suficientes para incriminar o comandante.
No início da semana, a Polícia Civil desencadeou a operação Dezembro Negro, que tinha o objetivo de cumprir 24 mandados de prisão, sendo 13 contra policiais militares, e 9 de busca e apreensão. Segundo investigações, traficantes do Morro da Coruja, em São Gonçalo, na Região Metropolitana, pagariam propina de R$ 160 mil a policiais militares para que eles não impedissem a venda de drogas na comunidade.
Logo após o término a operação, que prendeu outros10 policiais militares, a Polícia Civil divulgou escutas telefônicas onde traficantes fazem negociações com policiais para impedir a realização de operações na comunidade. Em uma das conversas, os interlocutores fazem referência a uma pessoa conhecida como "zero um" que, segundo a investigação, seria o comandante Djalma Beltrami. Porém, o coronel não aparece em nenhuma conversa gravada pela polícia.
Além de comandar batalhões como o de São Gonçalo, logo após a exoneração do tenente-coronel Cláudio Luiz de Oliveira, acusado de ser o mandante do assassinato da juíza Patrícia Acioli, e o de Bangu, na época em que aconteceu o massacre na escola Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste do Rio, em abril deste ano, Beltrami também ficou conhecido em sua carreira de juiz de futebol.
Arbitragem
O militar fez parte do quadro de árbitros da Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj) de 1989 a 2011, quando se aposentou por idade. Ele também era dos quadros da Confederação Brasileira de Futebol (1995 a 2010) e da Fifa (2006 a 2008).
Beltrami apitou partidas polêmicas, como o jogo entre Grêmio e Náutico, em 2005, que ficou conhecido como Batalha dos Aflitos, e a final do Campeonato Carioca de 2007, disputada entre Flamengo e Botafogo.
Após a prisão, Djalma Beltrami prestou depoimento na Delegacia de Homicídios de Niterói. O tenente-coronel negou receber propina do tráfico e afirmou que não sabia sobre o envolvimento de qualquer um de seus oficiais no esquema.
De acordo com o delegado Alan Luxardo, o militar vai responder por associação ao tráfico de drogas e corrupção passiva. Os policiais suspeitos vão responder por tráfico e corrupção ativa.
Fonte:http://oreporter.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário